Neste domingo decidi ir conhecer o M.C.C.B. (Museu da Comunidade Concelhia da Batalha). O facto de ter sido eleito o Melhor Museu Português em 2012 pela Associação Portuguesa de Museologia e distinguido com o consagrado prémio Kenneth Hudson em 2013, na Bélgica, despertou-me a curiosidade mas, sobretudo, o motivo que o levou a merecer esses títulos. Não foi apenas o interesse histórico enquanto património cultural, cujo principal objetivo é o de valorizar a identidade e a história do Concelho da Batalha ao representar o modo de vida das gentes locais mas, acima de tudo, por se tratar de um espaço inclusivo, o que o distingue de tantos outros.
Nesse espaço podem circular, com segurança, as pessoas que se deslocam em cadeira de rodas, bem como as invisuais de forma a que fiquem em circunstâncias idênticas às dos restantes cidadãos. Tal foi o esmero que até um espaço para os cães guias está contemplado.
Foi também muito interessante verificar como os batalhenses se “apropriaram” do museu, quer doando objetos museológicos, quer colaborando em pequenas tarefas, razão talvez por que se denominou este museu como “da Comunidade”.
Fica o desafio: visitem o museu e ficarão com a sensação agradável de que o respeito pela diferença foi, ali, escrupulosamente tido em conta.
(texto publicado na edição de 6 de março de 2014)
