O Carocha largou de Estocolmo, rumo a Leiria, em fins de julho de 1987. Era o começo da viagem de núpcias que tínhamos andado planear durante a primavera. A minha noiva tinha herdado um Carocha que o avô dela tinha comprado em 1962. Nós afinamos-lhe o motor, disfarçámos as marcas de ferrugem e resolvemos pintá-lo de vermelho, como um Ferrari formula 1. Conhecíamos o carro por dentro e por fora e pusemo-nos a caminho confiantes no manual de reparações e na caixa de ferramentas – e também na ajuda dos santinhos que esperávamos que nos encaminhassem para boas lojas de ferro-velho ao longo da viagem, caso viesse a ser preciso.
Francisco Lacerda
Professor na Universidade de Estocolmo
Exclusivo11 de outubro às 18:30
Estocolmo – Leiria, num Carocha
O Carocha largou de Estocolmo, rumo a Leiria, em fins de julho de 1987. Era o começo da viagem de núpcias que tínhamos andado planear. A minha noiva tinha herdado um Carocha que o avô dela tinha comprado em 1962.