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Murmúrios do Lis: Carta aberta à minha cidade (1)

O castelo é o maior símbolo da tua história de séculos.

Edgar de Carvalho, técnico superior da EDP aposentado edgarcarvalho1@hotmail.com

“Leiria sempre foste formosa
Mas outros ventos te mudaram
A tua fama de outrora com uma história de séculos
Que te fizeram famosa
É hoje uma saudosa miragem
Mas ainda tens recantos de encantar
E apesar das tuas “gentes” viverem mais apressadas
Nunca deixarão de te amar”.

O castelo é o maior símbolo da tua história de séculos. O velho povoado foi crescendo em torno do morro com os seus 117 metros e hoje és uma cidade diferente como sabes! O teu centro histórico está muito degradado e bastante despovoado! E é pena, porque tu mereces que todo aquele espaço seja requalificado.

O rio Lis, que da nascente à foz atravessa pequenos campos e hortas, é o menino dos teus olhos! Banha os teus pés e procura, por entre algas e limos, lixo e descargas domésticas e suinícolas, fugir à poluição que o torna mais triste! Apesar de tudo, depois das obras no âmbito do Polis ficaste mais alegre.

“Leiria o teu nome consagrado e honrado/ Quem ousará denegrir/Se foste nobre, heroica e grande no passado/Famosa serás no Porvir”.

Lembras-te destes bonitos versos! Fazem parte do belo poema, uma espécie de hino a Leiria, “Canção do Porvir” da autoria de Ernesto Henriques (letra) e Horácio Eliseu (música), com o qual o coro do teu Orfeão, um dos mais antigos do país, iniciava quase sempre os seus concertos… era o cartão-de-visita da tua cidade… Belos tempos… mas hoje tudo mudou!

(texto publicado a 4 de outubro de 2012)