Quem está cansado de ser desgovernado por outros, não tem outro remédio senão sair de casa e deitar mãos à obra. Tem esse direito e essa obrigação. E isso não significa maltratar os outros, aniquilá-los, mas tão-só querer ser/ fazer diferente. Ousar ser diferente não é crime, nem desgraça, mais ainda, é ter garra e ter raça.
Cada um de nós tem uma palavra a dizer no lugar da sociedade que ocupa. E de nada valem os lamentos se não conseguimos construir e criar coisas novas.
Há um movimento de cidadãos na Marinha Grande (+ Concelho Marinha Grande) que parece ter acordado e que acredita que ainda há margem para a competência, o diálogo e o equilíbrio. Que consegue sentar à mesma mesa um rapaz ou rapariga do CDS, um do Bloco, um do PS, e um do PSD e outro do PC, e produzir ideias, conteúdos e ações, que tornem o concelho da Marinha Grande um local melhor para viver. Que junta gente sem ideologia definida, que junta velhos e novos, junta médicos, operários e empresários, que junta artistas e intelectuais, que junta gente que ama a Marinha. Gente normal que vive uma vida de trabalho e que não obedece a estratégias de carreira ou de como chegar ao topo pela via da política.
O que parece impossível revela-se simples, quando a vontade de mudar é tão grande e genuína.
Talvez os/nos julguem como um bando de utópicos à procura de uma coisa para se entreterem, mas estou convicta que juntos vamos dar que falar, porque as pontes que criámos superam o reboliço das diferenças que nos atravessam.
O amor a uma terra, o projeto para que seja a melhor para se viver, trabalhar e criar os nossos filhos são o que verdadeiramente nos une. E isso é muito mais do que um projeto de poder: é uma causa. E as causas não se podem perder.
(texto publicado a 9 de novembro de 2012)
