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Opinião: FALar em público

Será que se esgotaram todas as plataformas de diálogo? Uma interrogação que surge após a leitura, na última edição do REGIÃO DE LEIRIA, dos alegados problemas na Federação Académica de Leiria.

Pedro Jerónimo, Antigo aluno do IPL, onde representou os estudantes em alguns órgãos, jornalices@gmail.com

Será que se esgotaram todas as plataformas de diálogo? Uma interrogação que surge após a leitura, na última edição do REGIÃO DE LEIRIA, dos alegados problemas na Federação Académica de Leiria (FAL).

Sem dúvida que o tema é do interesse de quem denuncia e de quem publica. Ao conseguir colocar-se um assunto na agenda dos media o mesmo ganha amplitude e vende jornais. Não é nem no papel destes últimos nem nas motivações que possam ter levado à denúncia de alegadas irregularidades que nos detemos. Antes, na forma.

A credibilidade e a imagem demoram anos a serem construídas, mas muito pouco tempo a serem beliscadas (ou pior do que isso). Neste caso, serão certamente as da FAL e das associações de estudantes noticiadas. Os interesses particulares podem até ser concretizados, porém, que impacto terá a notícia junto da comunidade leiriense? E na imagem das instituições envolvidas? O que dirão aqueles que já não viam com “bons olhos” determinadas iniciativas ou atitudes dos estudantes?

Com Bolonha, o percurso académico resume-se geralmente a seis semestres. Durante esse período, é raro que os estudantes assumam cargos de dirigente logo no primeiro ano letivo, logo, sobram quatro semestres. Considerando ainda os cursos que contam no seu plano curricular com a unidade de Estágio, que normalmente é um semestre, sobram três. É um período curto, findo o qual ficam as instituições, associações ou órgãos e as obras neles e por eles realizadas. Qual será o legado? Como se quererá ficar ligado a ele?