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Tanto por dizer e fazer

O ano que agora termina fica marcado pelo trágico desaparecimento de João Vasconcelos, o leiriense que em poucos anos conquistou a admiração e o reconhecimento do país, pela sua visão de futuro e capacidade mobilizadora.

Este é o editorial que nunca gostaria de ter escrito. O ano que agora termina fica marcado pelo trágico desaparecimento de João Vasconcelos, o leiriense que em poucos anos conquistou a admiração e o reconhecimento do país, pela sua visão de futuro e capacidade mobilizadora.

É impossível numa coluna de jornal sintetizar a sua obra e enumerar as suas causas. Mas podemos dizer que além de ser o melhor líder da sua geração, muito preocupado com o desenvolvimento económico da sua região e do país, João Vasconcelos foi sempre um humanista global e local, tanto erguia a voz contra a discriminação de um imigrante numa cidade portuguesa, como organizava campanhas a favor dos refugiados que chegavam à Europa.

Foi graças a esta capacidade para olhar ao perto e ver ao longe que em conversas esporádicas tive o privilégio de ser testemunha das suas preocupações e inquietudes. E também do desalento com que recebeu, por exemplo, a notícia do fim do Pinhal das Artes.

Lembro-me de ele me referir que era importante Leiria ter mais ambição, para poder lutar pela instalação do investimento estrangeiro que começava a chegar a Portugal.

Agora que fechamos o ano 2019, sinto o dever de lembrar a sua grande determinação em puxar por Leiria e pela sua região, uma vontade que foi expressa na última troca de mensagens entre nós, três dias antes do seu falecimento.

Foi uma conversa que nunca partilhei, nunca senti coragem para tal, mas que tenho a obrigação de tornar pública. No dia 23 de março de 2019 informei o João Vasconcelos por mensagem que o REGIÃO DE LEIRIA tinha sido novamente contemplado pelo fundo de inovação da google. Na resposta vieram os parabéns e logo a seguir a sua disponibilidade em olhar para Leiria. O João estava uma vez mais disponível para uma entrevista, queria falar “sobre a cidade e a ambição que Leiria deve ter em várias áreas”.

Ficámos acertados, ainda hoje espero a hora e o dia para essa entrevista.

Francisco Rebelo dos Santos
Diretor