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Sociedade

Psicólogos de Leiria lançam guia para pais com crianças hiperactivas

“Juntos no desafio: um programa de promoção de competências para pais e crianças com PHDA” é um livro para ajudar os pais a encontrarem estratégias para lidarem com os filhos com hiperactividade e défice de atenção (PHDA), entre outras perturbações do comportamento.

Sair de casa de manhã a tempo de chegar a horas à escola pode ser uma tarefa herculiana para os pais de crianças com hiperactividade e défice de atenção. Simples rotinas como o vestir e tomar o pequeno-almoço acabam muitas vezes num autêntico braço-de-ferro entre pais e filhos. No regresso a casa, ao fim do dia, o “conflito” prossegue seja na hora dos trabalhos de casa seja nas pequenas tarefas do quotidiano.

E se as crianças precisam de ajuda, os pais também, para conseguirem lidar com os sentimentos de angústia, frustração, desespero e cólera que os assolam.

Foi justamente para ajudar os pais a encontrarem estratégias para lidarem com os filhos com hiperactividade e défice de atenção (PHDA), entre outras perturbações do comportamento de base neurodesenvolvimental, que os psicólogos Paulo Costa, Susana Heleno e Carla Pinhal, de Leiria, escreveram o livro “Juntos no desafio: um programa de promoção de competências para pais e crianças com PHDA”.

Segundo Paulo Costa, psicólogo de Pediatria no Hospital de Santo André, trata-se de “um guia de estratégias para fazer face aos principais constrangimentos e dificuldades sentidos pelos pais com crianças com estas perturbações”.

Uma criança com défice de atenção “não é capaz de focar a sua atenção numa tarefa”, seja um trabalho de casa ou um jogo. A hiperactividade traduz-se genericamente num excesso de actividade motora. “A criança fala demais, não consegue controlar os seus movimentos, não pára quieta mesmo a ver televisão ou à mesa”.

Hiperactividade ou excesso de energia?

Paulo Costa alerta, no entanto, para a necessidade de um diagnóstico médico, até porque é comum rotular de hiperactivas crianças que têm apenas excesso de energia.

“O diagnóstico tem de ser clínico, baseando-se em recursos validados e escalas de avaliação de comportamento”, refere o especialista, para quem o acompanhamento psicológico é muito importante, associado ou não a um tratamento farmacológico.

“Os fármacos não chegam”, sustenta, lembrando que estes têm um tempo de actuação limitado. O programa “Juntos no desafio” propõe assim doze sessões de intervenção, devendo cada uma ser implementada pelos pais durante o período mínimo de uma semana, individualmente ou com acompanhamento especializado.

“Aprenda a prestar atenção: utilize o tempo especial!”, “Elogios nunca são demais: Use e Abuse!”, “Desobediência ocasional – Novas ferramentas”, “O que fazer em público? Pense antes de agir!”, “Ajude o seu filho a regularas emoções” são algumas das etapas deste manual de educação parental que pode ser também utilizado por professores, educadores e técnicos de intervenção psicológica, comportamental e/ou clínica.

Para o efeito, o programa, protagonizado por Faísca, dispõe de materiais de apoio dirigidos a pais e crianças, que podem ser descarregados e impressos através do site www.juntosnodesafio.com.

Martine Raínho
martine.rainho@regiaodeleiria.pt


Secção de comentários

  • Thaty Lima disse:

    outro dia vi uma reportagem sobre esse assunto que até então não conhecia.tenho uma filha de 4 anos ja é o segundo ano dela na escolinha e ela continua agitada, onde quer que eu vá com ela, ela mexe em tudo e sempre tenho que falar com ela mais de 4 vezes as regras mesmo assim ela esquece.,.Esses podem ser sintomas de hiperactividade?

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