O tribunal de Leiria condenou hoje a cinco anos e seis meses de prisão um homem por tentativa de homicídio numa discoteca da cidade.
Daniel Cabeças estava acusado de homicídio qualificado, na forma tentada, mas o tribunal entendeu que o crime deveria ser desqualificado, “porque não se provou que tenha agido com frieza e que se tenha deslocado à discoteca com intenção de matar”.
Na decisão final, o coletivo de juízes considerou que o arguido agrediu a vítima com uma arma branca com “intenção de provocar a sua morte”, pois “sabia que a facada que proferiu foi numa zona de órgãos vitais e agiu consciente dos seus atos”.
Segundo o juiz presidente, Duarte Nunes, ficou provado que o arguido se deslocou a uma discoteca de Leiria, transportando uma navalha no bolso das calças.
“Já no interior do estabelecimento localizou o ofendido e dirigiu-se a ele, pegou-o nos braços e arrastou-o”, referiu o magistrado.
Depois de “murros e pontapés”, Daniel Cabeças “tirou a navalha e esfaqueou a vítima na face”. Ferido, o homem fugiu, mas o arguido conseguiu alcançá-lo e “esfaqueou-o no abdómen”.
A vítima esteve internada cerca de um mês no hospital em coma induzido, tendo sido alvo de algumas cirurgias.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>Apesar de ter chamado a ambulância, o tribunal considerou que Daniel Cabeças “quis matar o ofendido”, embora “não tenha ficado provado que já tinha [essa] intenção quando se dirigiu à discoteca”.
O tribunal extraiu ainda certidões contra quatro testemunhas “por entender que prestaram depoimentos falsos”.
O arguido foi absolvido do crime de detenção de arma proibida, porque não ficou provado que a faca com que agrediu Paulo Almeida tivesse uma lâmina superior a dez centímetros.
Daniel Cabeças foi condenado ainda a pagar 18,114 euros ao hospital de Leiria e ainda vai ser julgado no processo cível, onde a vítima reclama uma indemnização de 80 mil euros.
“Este valor pode ser alterado, uma vez que o Paulo Almeida ainda se encontra a realizar vários tratamentos, estando neste momento internado em Coimbra”, explicou o advogado da vítima, Costa Martins.
A defesa do arguido vai recorrer da decisão do tribunal.