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Sociedade

Nasceu em Caldas da Rainha grupo no Facebook que alerta para a surdez súbita

Em Caldas da Rainha nasceu um grupo para sensibilizar a população para a perda de audição, vertigens e zumbidos: sintomas de uma patologia que afeta centenas de pessoas sem aviso prévio.

Sílvia Silva, residente em Caldas da Rainha, foi vítima, em agosto do ano passado, de um episódio de vertigem com surdez súbita no ouvido direito.

Isto três dias depois de uma consulta de otorrinolaringologia: queixava-se de pressão e zumbido no ouvido. Os testes de audiometria não revelaram qualquer anomalia, mas Sílvia Silva, de 38 anos, perdeu 70% de audição do ouvido direito.

“O mundo desabou para mim nesse dia”, conta a professora de biologia. Com falta de equilíbrio, não conseguia andar nem estar sentada, o barulho era insuportável. Segundo um primeiro diagnóstico, sofreria do Síndrome de Menière, mas Sílvia Silva estava tão debilitada que não pôde sujeitar-se a exames mais específicos.

“Estive cinco dias sem conseguir andar ou sair da cama. A perda de audição mantinha-se e a sensibilidade era terrível”, recorda.

Em Setembro, deslocou-se ao CUF Infante Santo, Lisboa, para nova avaliação, que confirmou uma surdez de 70%. Tomou corticoides, mas os sintomas mantiveram-se.

Foi encaminhada para o Centro de Medicina Hiperbárica do Hospital da Marinha, onde foi submetida a tratamentos com oxigénio. “Este é o único tratamento, a nível mundial, com algum êxito para tratar da surdez súbita, e talvez seja muito pouco divulgado na comunidade”, adianta ao REGIÃO DE LEIRIA, convicta da necessidade da sua divulgação apesar de, no seu caso, não ter produzido grandes resultados além da recuperação de alguma audição no ouvido interno.

Volvidos seis meses, Sílvia Silva revela que continua a adaptar-se a “um novo mundo”. Mais suscetível aos ruídos, não suporta ambientes muito ruidosos, e ainda não voltou a dar aulas.

Enquanto aguarda a avaliação da junta médica, exercita a postura, treina o equilíbrio e tenta recuperar a massa muscular perdida.

Confrontada com esta nova realidade, a docente procurou saber mais sobre a doença e contactar pessoas com os mesmos sintomas. No mês passado criou no Facebook o grupo “Surdez Súbita/Síndrome Menière… vamos ajudar”, um espaço onde “se pretende trocar ideias, tirar dúvidas e estabelecer contactos”.

No sentido de “divulgar e desmitificar estas duas doenças que não escolhem sexo nem idade”.

“Aqui podemos ajudar outras pessoas que passam por alguma destas situações e também dar a conhecer novos tratamentos”, revela a fundadora do grupo, frisando que as causas destas duas doenças ainda não estão diagnosticadas.

O grupo já tem mais de 350 membros.

(notícia publicada na edição de 27 de abril de 2012)

MR

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