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Mercado

Há um novo impulso na história indústria de conservas em Peniche

A produção da ESIP, 60 toneladas por dia, em média, vale mais de um terço da produção de conservas em Portugal. Destina-se quase na totalidade ao consumo no estrangeiro

Há uma renovada esperança em Peniche com o investimento superior a 11 milhões de euros prometido pela ESIP, a maior fábrica conserveira do país.

A produção de conservas no concelho remonta à ocupação romana, as primeiras linhas industriais surgiram há cem anos e hoje a cidade é líder nacional no sector, cujos produtos têm vindo a recuperar um lugar de topo nos melhores roteiros gastronómicos.

A importância social e económica da indústria conserveira em Peniche continua a medir-se com grandes números. Só a ESIP, detida por capitais tailandeses, vale 800 postos de trabalho, metade temporários. É a maior empregadora do concelho, enquanto na unidade da Ramirez trabalham cerca de cem pessoas. As toneladas de pescado compradas aos pescadores pelas duas empresas garantem o sustento de dezenas e dezenas de famílias.

Sardinha (50%), cavala e atum. A produção da ESIP, 60 toneladas por dia, em média, vale mais de um terço da produção de conservas em Portugal.

Destina-se quase na totalidade ao consumo no estrangeiro, em mercados como o Reino Unido, França e Itália.

Este ano, a empresa espera faturar 70 milhões de euros, crescendo 15% face a 2011. As conservas portuguesas estão na moda e nos últimos três anos as exportações do sector subiram 37%.

“Pensamos que o aumento da procura, sobretudo nos mercados externos, se deveu à descoberta dos benefícios para a saúde dos consumidores”, refere Castro e Melo, secretário-geral da ANICP (Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe). Uma mistura de peixe e azeite, sem aditivos, rica em vitaminas.

O charme retro e o perfil gourmet completam a fórmula de sucesso. Castro e Melo lembra que “as conservas de peixe granjearam um enorme prestígio nos mercados internacionais ao longo de décadas, principalmente as conservas de sardinha”, e que “a indústria conserveira é a única com saldo positivo na balança comercial da pesca”.

A escassez de sardinha e a quebra nas quantidades capturadas têm sido um problema – há menos matéria-prima e é mais cara. Na ESIP, a questão foi contornada com o abastecimento em Marrocos e recurso a espécies alternativas, tais como a cavala e o atum. Mas a deslocalização da multinacional é agora uma ameaça adiada, graças ao acordo assinado na semana passada com a Câmara Municipal de Peniche e a Docapesca.

Leia mais na edição de 31 de agosto de 2012.

Cláudio Garcia
claudio.garcia@regiaodeleiria.pt 

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