As comemorações do último feriado de 5 de outubro foram palco de uma situação que tem tanto de insólito como de caricatural. A bandeira nacional, símbolo máximo da República, foi hasteada ao contrário.
Não fora a atual conjuntura e a santíssima trindade em que os membros que integram a comissão de acompanhamento ao resgate português se constituem, e o sucedido não passaria de um ato insólito.
A escassez de soberania a que Portugal está sujeito eleva o que se passou para patamares que, no mínimo, são caricaturais do estado a que o Estado português chegou.
Qualquer cadete da academia pode afiançar do significado militar de uma bandeira ser hasteada ao contrário. Assinala que o local está dominado pelo inimigo, sendo símbolo de um pedido de socorro. Transpondo para a situação que vivemos, a analogia é fácil e merecida.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>As medidas anunciadas pelo executivo para integrarem o orçamento do Estado de 2013, fazem com que este episódio expresse o que nos vai na alma – um descontentamento galopante que nem mesmo o mais sereno dos povos consegue tolerar mais.
Parecendo um lapso displicente, foi antes a razão a escrever direito por linhas, cada vez mais, tortas. Ou, se quisermos, um pedido de socorro manifestado na angústia daquela mãe que durante a cerimónia rogou que a ouvissem no seu desespero.
(texto publicado a 12 de outubro de 2012)