Os pais de um aluno do 5.º ano acusaram hoje um professor de agressão numa escola em Pombal, mas a PSP fala apenas em desentendimentos, sem confirmar confronto físico, enquanto a escola anuncia a abertura de um inquérito.
Segundo relatou a mãe, Paula Marques, o docente foi substituir um colega e quando chegou à sala disse aos alunos que não tinha nada para eles fazerem: “Imagino que deveria estar uma grande algazarra”.
A mãe acrescentou que um dos alunos perguntou se podia ir para o quadro “fazer rabiscos” e convidou o seu filho para o acompanhar: “O professor foi direto ao meu filho e disse-lhe que ia limpar aquilo com a cabeça e pegou-lhe na cabeça e esfregou-a no quadro. Depois empurrou-o e ele caiu”.
O menino foi sentar-se, “pedindo desculpa ao professor”, que, de acordo com Paula Marques, começou a “empurrar a mesa contra a barriga” da criança e “a dar murros em cima da mesa”.
O docente terá voltado ao seu lugar, mas pouco depois terá regressado à criança e, exaltado, voltou a ter o mesmo comportamento. “Assustado, ele acabou por fazer chichi nas calças. Isto terminou quando uma funcionária ouviu o barulho e chamou a direção. Foi aí que nos telefonaram”.
O pai foi à escola buscar a criança e pediu para falar com o diretor de turma para perceber o que se tinha passado. Uma vez que este professor não sabia do sucedido, o pai sugeriu que falassem com o docente em causa.
“Ele apareceu muito exaltado e a dirigir-se ao meu marido como se quisesse agredi-lo. O meu marido chamou a polícia.”
Esta mãe admite que se o docente “tivesse pedido desculpa e tido um comportamento diferente” com o marido, “a situação ficava por ali”.
“Mesmo que o meu filho tivesse desobedecido ou tido um mau comportamento nada justifica uma atitude daquelas. Os miúdos estão com medo do professor”, salientou.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>Paula Marques informou ainda que os agentes da Escola Segura da PSP estiveram na escola a ouvir a criança e o professor. Vai seguir uma queixa formal para a direção do agrupamento e para a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, explicou também.
Fonte do Comando da PSP de Leiria confirma que a PSP foi chamada à Escola Marquês de Pombal, “por ter havido desentendimentos entre um professor e um aluno” e, “posteriormente, entre o progenitor desse aluno e o mesmo professor”.
No entanto, “ao que foi possível apurar, não terá havido agressões físicas propriamente ditas em nenhuma das ocasiões”, refere a PSP.
O diretor do Agrupamento, Fernando Mota, diz que foi aberto um inquérito para averiguar o que se passou e que se houver alguma responsabilidade do docente a legislação será aplicada.
Em comunicado, o conselho executivo (CE) da Associação de Pais de Pombal (APP) manifesta a sua “preocupação e repúdio pelos atos de violência alegadamente perpetrados por um professor para com um aluno”.
“A APP espera que as instâncias competentes averiguem com a maior brevidade os factos e tomem as medidas preventivas adequadas ao caso. A direção do Agrupamento de Escolas de Pombal já fez saber ao CE da associação a intenção de instaurar um processo disciplinar ao professor em causa”.
Lusa