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Leiria

Castelo de Leiria. O que vai mudar na “joia da coroa” da cidade

A maior campanha de obras no Castelo de Leiria em várias décadas arranca daqui a seis meses. Vai custar quase 5 milhões de euros e demorará mais de dois anos.

Nunca ninguém vivo viu a Igreja da Pena com tecto. Este dado ajuda a perceber o impacto da próxima campanha de obras no Castelo de Leiria, que não só cobrirá a antiga igreja, como vai mudar a forma como vamos olhar, circular e viver a “joia da coroa” do património do concelho.

A partir da segunda metade de 2018, quando é expectável pelo município o arranque das obras, o castelo ganha acessos mecânicos e pedonais e condições para atrair e acolher visitantes.

A maior intervenção no castelo em muitas décadas vai resolver “os percursos sinuosos e perigosos. Outra grande preocupação é preservar o património”, explica o vice-presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes.

Após a obra, o monumento terá “mais conforto, mais segurança e mais atratividade”, com “programação cultural regular e de qualidade”.

Monumento nacional desde 1910, o Castelo de Leiria é património protegido. “Isso faz com que haja mil olhos em cima de nós” e “alguns são dos leirienses”. “Temos uma enorme responsabilidade de fazer este trabalho bem feito”, assume Gonçalo Lopes.

Além das principais novidades, como a nova Casa do Guarda, caminhos curto e longo ou a cobertura da Igreja da Pena, vão ser corrigidas fissuras no monumento.

Nos pisos inferiores dos Paços Novos ficará a exposição “Castelo de Leiria: construções de um lugar”, que esteve no Museu de Leiria.

A requalificação marca “uma nova era” na atração turística e cultural de Leiria, defende o autarca:

“Tornar Leiria uma cidade diferente no século XXI passa por recuperar o nosso património, valorizar o comércio e criar condições para atrair jovens e novas empresas associadas à tecnologia. Estamos a investir para conquistar o futuro para a nossa cidade”.

As intervenções no interior do castelo e largo S. Pedro estão estimadas em 3.393.577 euros. As obras devem começar dentro de 6 meses e vão demorar 600 dias (final de 2019). O valor inclui museologia da Torre Sineira da Sé (86 mil euros) e reabilitação da Igreja de S. Pedro (197 mil euros). Para os dois acessos mecânicos, processo mais atrasado, o orçamento aponta para 1.472.397 euros. Total: 4,865 milhões de euros

Nova bilheteira, loja  e cafetaria na Casa do Guarda

É uma das principais intervenções: a bilheteira e casas de banho passam para o piso 0, logo à entrada. Em cima, onde estão as casas de banho, será colocada uma cobertura ajardinada, com zona de apoio ao visitante, com loja, espaço de exposição e cafetaria, a concessionar. Custo: 225 mil euros.

Cobertura, portas e pavimento na Igreja da Pena

É a novidade mais radical de toda a obra interior: a Igreja da Pena vai ganhar um tecto, portas, pavimento em madeira e meios técnicos para receber eventos como concertos, apresentações, tertúlias ou eventos e recepções que atualmente acontecem nos Paços Novos. Custo: 940 mil euros.

Museologia da Torre Sineira incluída no plano

Recuperada há algum tempo, a Torre Sineira está também incluída no plano de valorização da zona envolvente ao Castelo. O trabalho de musealização, que vai permitir abrir a Torre ao público, está orçado em 85.8 mil euros.

Acessos curto e longo renovados e um novo pátio 

O tamanho e irregularidade dos degraus será resolvido na ligação entre a Casa do Guarda e a Igreja da Pena. No acesso que serpenteia na encosta até à Torre de Menagem, o piso será regularizado e serão criadas zonas de contemplação e pontos de recolha de águas. Entre Torre de Menagem, Igreja da Pena e Paços Novos nasce um novo pátio central.

Acessos mecânicos aguardam alteração da zona de proteção

O castelo vai ter de esperar pelos dois elevadores que vão ajudar a chegar lá acima. Os projetos dos acessos mecânicos norte (ligará à porta principal) e sul (deixará os turistas na Torre Sineira), aguardam resposta ao pedido de alteração da Zona Especial de Proteção do Monumento. Custo previsto: 1,47 milhões de euros.

Cisternas Medievais adaptadas para camarins 

Os três cisternas situados na encosta vão ser adaptados para poderem ser utilizados em novas funções. Mas não vão estar abertos ao público: a intenção é criar camarins, para apoio a eventos, ou como arrecadação. Custo: 72,1 mil euros.

Terreiro com palco amovível e bancada em pedra

Na zona que serve de “coração” ao Entremuralhas e a Leiria Medieval, será regularizado o piso e instalado um palco, que será possível orientar para várias direções conforme as necessidades. Na encosta, será criada uma bancada de blocos de pedra, sem fixação ao solo. Custo: 1.1 milhões de euros (inclui restantes arranjos exteriores nos caminhos e pátios).

Largo de S. Pedro e acessos exteriores arranjados

A zona de acesso ao Castelo, no largo de S. Pedro, também vai receber melhoramentos, no âmbito do projeto para a área envolvente ao monumento e principais acessos. O acesso à porta principal do Castelo vai ser regularizado e a zona de estacionamento será disciplinada, o que implicará o sacrifício de lugares para automóveis – apostando-se, para chegar lá acima, no incentivo à utilização da alternativa mecânica, quando for realidade. Custo: 765.5 mil euros.  

Igreja de S. Pedro será novo espaço de acolhimento

A conservação e reabilitação da Igreja de S. Pedro, também monumento nacional, vai capacitar aquele espaço para acolher turistas e iniciativas culturais e outras. A intervenção vai custar 196.8 mil euros.  

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