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Cultura

Guitarrista Ricardo Alves Pereira gravou “O mito de Arion” no Pinhal de Leiria

O guitarrista Ricardo Alves Pereira gravou a narrativa musical “O mito de Arion” no Pinhal de Leiria como forma de demonstrar o seu sentimento pelo renascimento daquele património natural.

O guitarrista Ricardo Alves Pereira gravou a narrativa musical “O mito de Arion” no Pinhal de Leiria como forma de demonstrar o seu sentimento pelo renascimento daquele património natural. O músico natural de Leiria explicou ao REGIÃO DE LEIRIA como nasceu a obra e qual o significado.

Como surgiu a ideia para este trabalho?
Narrativa musical é um conceito que explorei na minha investigação de mestrado e há quatro anos que tenho tocado dessa maneira, combinando música com histórias. Normalmente atuo em salas de concerto, mas achei interessante fazer uma atuação em contacto direto com a Natureza. Quis partilhar esta experiência com um público amplo, então gravei um videoclip da narrativa musical “O mito de Arion” para ser apresentado nas redes sociais. Eu sou de Leiria, e queria que o meu primeiro vídeo oficial de narrativas musicais também o fosse. Existem mais narrativas e haverá mais vídeos no futuro.

Que efeito pretende gerar com esta criação e interpretação?
Eu queria que o público sentisse o poder do renascer. Isto é o centro de “O mito de Arion”; Quando Arion e Delphin se transformam em constelações, tornam-se parte de um ciclo que nos parece infinito. O Pinhal de Leiria, praticamente destruído pelos fogos do ano passado, está a renascer das cinzas, talvez ainda mais forte do que antes. Ver a regeneração da floresta fez-me sentir o quão forte é a Natureza, dando-me a mesma impressão de infinito que as constelações no mito me dão.

Em que zona do pinhal foi gravado o vídeo?
Não foi difícil encontrar a zona ideal para as gravações. Por onde quer que andássemos a paisagem era a mesma. A imensidão de negras árvores ardidas expandia-se pelo chão verde repleto de flores brancas, rosas e amarelas. Parecia uma visão vinda quase que de outro mundo. Por coincidência, o local exacto onde fizemos a maioria das gravações era um sitio de descanso de uma matilha que vive no próprio pinhal, e que decidiu aproximar-se enquanto eu ainda estava a tocar guitarra.

Porquê a opção da narrativa em inglês?
Eu tenho uma carreira internacional e o meu público é de diferentes nacionalidades. Queria fazer algo que chegasse a todos, e tendo em conta que o Inglês é a língua mais partilhada, apresentei assim a narrativa. No entanto, é possível encontrar nas opções do vídeo legendas em português, assim como outros idiomas.

Que critério usou na seleção dos compositores para este programa?
Uso várias fontes de inspiração para criar um programa de narrativas musicais. No caso de “O Mito de Arion”, os compositores são Luis de Narvaez e Alonso Mudarra, e pertencem ao período renascentista. Na publicação histórica do livro de música de Narvaez encontrei uma gravura do mito de Arion, onde se vê um homem a tocar guitarra enquanto nada sobre uma criatura marinha. A seguir procurei obras pertencentes a esse livro e obras de Mudarra que me fizessem imaginar melhor o mito, e depois adaptei a história a um texto novo, preparado para ser contado ao vivo durante as minhas actuações. As obras não foram escritas pelos compositores com o intuito de apresentar juntamente o mito, mas com certeza que fazem uma boa combinação.


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