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O que está por trás do “melhor mel” da região

A marca autóctone das Serras de Aire e Candeeiros, esteve em destaque mais recente Feira do Mel, em Leiria, com uma distinção em dose dupla.

Mel Beijo do Bosque

A marca autóctone das Serras de Aire e Candeeiros, esteve em destaque mais recente Feira do Mel, em Leiria, com uma distinção em dose dupla

O premiado mel Beijo do Bosque é produzido nas Serras de Aire e Candeeiros Foto: BB

Por regra haveria um vencedor. Mas quando foi anunciado o veredito do público que visitou e provou os produtos da XVII Feira do Mel em Leiria, no passado 3 de novembro, surgiu a surpresa: os produtos sob o rótulo de Beijo do Bosque não levaram um título de “Melhor mel” mas sim dois, para duas qualidades distintas.

Com características de produção, cor e sabor completamente diferentes, o Mel de Alecrim e Mel do Bosque garantiram a mesma quantidade de votos por parte dos presentes e suscitaram questões: afinal, qual o “segredo” por trás dos melhores méis, selecionados entre representantes da região de Leiria, Ribatejo e Oeste?

Para início de história, a marca nasceu de um encontro de amor. Com poucos meses de vida, o nome Beijo do Bosque foi registado em junho deste ano pelo casal Rita Fernandes e Ricardo Leonardo. Ela do Seixal e ele de Porto de Mós.

“Depressa percebemos que tínhamos em comum uma forte ligação à natureza”, lembra a companheira que estimulou o namorado a assumir profissionalmente a ocupação de apicultor, que exercia há já seis anos, para consumo próprio.

“Queríamos dedicar-nos a uma atividade que nos permitisse estar mais tempo no campo” e, ao mesmo tempo, “que transparecesse inovação e juventude”, conta a agora sócia.

O objetivo foi alcançado nas Serras de Aire e Candeeiros, onde floresceu o projeto de “amor, cuidado e atenção aos detalhes” que resulta num mel 100% puro e de acompanhamento integral, “desde a colmeia até ao frasco de vidro”, sublinha Rita. “O nosso papel passa por, além de assegurar a saúde dos enxames ao longo do tempo, retirar os quadros com mel das colmeias nas alturas adequadas, levá-los a centrifugar e deixar depois o mel a repousar em depósitos de inox”, explica.

Diferente da grande indústria, as abelhas criadas pelo casal são alimentadas naturalmente, o que torna possível uma extração de néctar a partir de florações espontâneas em espaços naturais. O Mel Mil Flores, por exemplo, pode ter na sua composição tomilho, rosmaninho, orégãos, alecrim ou cardo. “Por ser multifloral, é um mel mais fácil de produzir. Ainda assim, não há dois méis desses iguais”, enfatiza a produtora, citando que as flores estão dependentes sempre das condições climatéricas. Ao lado do Alecrim e do Bosque, este completa o leque de produções atualmente comercializado pelo casal em pontos físicos como Coz’ART, em Coz (Alcobaça), e Cooking and Nature Hotel, em Alvados (Porto de Mós), e também online, com entrega gratuita na zona de Leiria e de Porto de Mós.

Conscientes da qualidade que têm em mãos, os próximos passos da dupla passam por levar o mel “ao máximo de casas”. Mas sempre alinhados à preservação dos locais onde trabalham, visto que, para Rita e Ricardo, o raciocínio é puro e simples: “sem natureza, não teremos mel”.

Beijo do Bosque

E-mail geral@beijodobosque.com
Instagram @beijodobosque
Facebook @beijodobosque
Preço 5,50 e 6 euros (500ml)

 

Jessica Germano
Jornalista
jessica.m.germano@regiaodeleiria.pt

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