O bispo de Leiria-Fátima, António Marto, recordou hoje, na peregrinação internacional de maio ao Santuário de Fátima, a luta contra a pandemia de covid-19, numa homilia feita perante um recinto de oração “vazio, mas não deserto”.
“Nesta hora de provação, não podíamos esquecer a representação de quem mais sofreu e continua a sofrer e dos que mais lutaram e lutam pela saúde de todos”, afirmou o cardeal António Marto, durante a homilia do primeiro dia da peregrinação internacional de maio, que decorre, de forma inédita, sem peregrinos face à pandemia da covid-19.
O cardeal lembrou os mortos e seus familiares, “os doentes, todos os profissionais de saúde, cuidadores, idosos, pobres, famílias que cuidam ou que choram, sacerdotes, trabalhadores da proteção civil, dos transportes, da limpeza, da alimentação e tantos outros que não se pouparam a sacrifícios, como bons samaritanos”.
A cerimónia decorreu com uma procissão de velas sem o “mar de luz” habitual no Santuário, tendo sido colocadas 700 luminárias no chão do recinto.
Sentindo a “noite escura que pesa sobre o mundo abatido por uma pandemia global”, António Marto admitiu que é estranho ver uma noite de 12 de maio “tão diferente” de outras noites de peregrinações naquele mesmo recinto.
Os “autênticos mares de luz” parecem hoje “um deserto escuro”, constatou.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>No entanto, “o recinto do santuário estará vazio, mas não deserto”, vincou, salientando que este momento, mesmo com as pessoas na sua casa, é vivido “em espírito de peregrinação”.
Face à ausência de peregrinos, há também algum simbolismo nos vários momentos celebrativos, sejam 21 velas que hoje representam as dioceses de Portugal ou um ramo de flores que na quarta-feira estará presente nas celebrações, a evocar os emigrantes e peregrinos dos diversos pontos do mundo.
A peregrinação internacional de maio, que começou hoje, realiza-se pela primeira vez na sua história sem peregrinos no recinto do Santuário de Fátima, devido à pandemia da covid-19, estando apenas presentes as pessoas diretamente implicadas nos diferentes momentos celebrativos e alguns convidados.
As cerimónias terminam na quarta-feira.