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Figueiró dos Vinhos

Marcelo reconhece que “há muito mais a fazer” pela região devastada pelos fogos

Celebrações religiosas assinalaram os três anos da tragédia que vitimou 66 pessoas

O Presidente da República reconheceu esta quarta-feira, dia 17, em Figueiró dos Vinhos, que ainda há muito a fazer em matéria de coesão territorial nos concelhos mais afetados pelos incêndios de Pedrógão Grande de 17 de junho de 2017.

Marcelo Rebelo de Sousa, que assistiu naquele concelho do distrito de Leiria às celebrações religiosas que assinalaram os três anos da tragédia que vitimou 66 pessoas, disse que “todos desejariam” que o desenvolvimento socioeconómico dos territórios afetados “aparecesse mais rápido e pujante”.

“Isso nem sempre aconteceu, apesar dos esforços feitos e, portanto, temos de reconhecer que há muito mais a fazer, aqui em particular, pela coesão territorial, que é uma aposta de futuro”, salientou o chefe de Estado, em declarações aos jornalistas.

Para o Presidente da República, os incêndios de junho de 2017 representaram uma “lição de coesão territorial”, na medida em que serviu de “chamada de atenção para tantos portugueses que vivem longe e passaram a perceber e a entender um pouco melhor as desigualdades, as assimetrias, a situação tão discriminada, em termos económicos e sociais, de parcelas do território nacional”.

Questionado sobre o que foi feito nestes três anos nos concelhos afetados, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que houve “uma reflexão profunda, um debate no parlamento, mudança na legislação e medidas tomadas”, salientando que o “problema é o terreno, que é feito por pessoas de carne e osso com realidades económicas e sociais”.

“Os condicionamentos económicos e sociais acabam por tornar mais difícil a aplicação de medidas. Onde há desenvolvimento económico e social é mais fácil haver maior rapidez na resposta ao ordenamento do território, onde não há [essa capacidade] é mais lenta a resposta”, sublinhou.

Sobre a reforma da floresta e a falta de ordenamento que ainda se verifica, o Presidente da República disse que se trata de uma “questão longa, por razões culturais, económicas, sociais e demográficas, e mais difícil em áreas mais pobres e envelhecidas, porque exige meios para ser posta no terreno que são exigentes e complicados”.

“Finalmente, vai-se aprendendo no tempo que a única maneira de combater e prevenir certas situações passa pelo desenvolvimento económico e social das regiões, que fica, muitas vezes, aquém daquilo que desejaríamos”, acrescentou.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, a segurança dos territórios é um “desafio constante”, por muito que se vá reformando a floresta, que “é um processo lento”.

“Se não houver desenvolvimento económico e social, estruturas estáveis que permitam prevenir, se não houver uma população com dinamismo e que permita a criação de estruturas que não são só de prevenção, esse desafio continua presente na nossa vida, que não deixa de estar na cabeça dos responsáveis”, reforçou.

O chefe de Estado assistiu às cerimónias religiosas acompanhado dos ministros da Administração Interna e da Coesão Territorial e depois foi visitar o bombeiro Rui Rosinha, de Castanheira de Pera, ferido no combate aos incêndios, bem como as corporações daquele concelho e de Pedrógão Grande, com uma paragem na aldeia de Nodeirinho, junto ao memorial das vítimas.

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