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Leiria

Politécnico de Leiria estuda soluções para melhorar desempenho da ETAR das Olhalvas e mitigar impactos

Equipa de investigadores já começou a trabalhar para apresentar soluções antes do final do ano à Águas do Centro Litoral e Câmara de Leira

Protocolo tripartido de cooperação foi assinado esta quarta-feira, na Câmara de Leria 
Foto: CML 

Uma equipa do Politécnico de Leiria já está “no terreno” a estudar o funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) das Olhalvas, localizada no centro da cidade de Leiria, para identificar soluções que permitam a sua requalificação tecnológica e melhoria do seu desempenho ambiental.

Minimizar o impacto da ETAR “no contexto urbano e bacia hidrográfica em que se insere”, estudar medidas para a reutilização das águas tratadas e delinear um plano de comunicação e sensibilização da população quanto à a importância da infraestrutura para a qualidade de vida dos cidadãos são outros objetivos do projeto, que resulta de uma parceria entre a Águas do Centro Litoral (AdCL) – entidade gestora da ETAR -, o Município de Leiria e o Politécnico de Leiria (IPLeiria).

O estudo, que envolve investigadores das áreas de Engenharia Civil, Ambiente, Gestão e Economia e Design de várias escolas do IPLeiria, deverá prolongar-se por quatro meses, após o que serão avaliadas as propostas com vista à sua implementação.

“A ETAR cumpre os requisitos legais, mas queremos ser mais exigentes”, destacou na ocasião Gonçalo Lopes, presidente da Câmara de Leiria, frisando poderem contar com a “experiência e o conhecimento do Politécnico” para encontrar “as melhores soluções de desempenho ambiental para os tratamentos” desenvolvidos naquela estrutura.

“Aquilo que nos propomos enquanto administração da AdCL é preparar o futuro e olhar para as Olhalvas de uma forma positiva antecipando os próximos desafios ambientais do desenvolvimento do contexto urbano”, adiantou por sua vez Alexandre Tavares, presidente do conselho de administração da AdCL, sublinhando a mais-valia do envolvimento de “dois parceiros [Município de Leiria e IPLeiria] eminentemente ligados ao território”.

“A operação da ETAR das Olhalvas é uma operação que existe em contínuo e cumpre todas as obrigações legais, e hoje é um bom contribuinte para a qualidade ambiental de toda esta bacia”.

Alexandre Tavares, presidente da AdCL

Já  Rui Pedrosa, presidente do IPLeiria, realçou a oportunidade desta parceria por permitir à instituição “colocar conhecimento multidisciplinar ao serviço do bem comum, da sociedade e de projetos específicos”, nomeadamente numa área tão importante quanto a água, “um dos grandes desafios das sociedades do futuro”.

Serão também avaliadas soluções para minimizar maus cheiros

Não obstante as intervenções realizadas para mitigar os odores decorrentes do funcionamento do equipamento, o problema continua a motivar queixas por parte de moradores.

A AdCL não nega o problema, que será também avaliado no âmbito deste estudo.

“Temos uma ETAR urbana num contexto urbano que evoluiu à volta dela, mas que hoje cumpre muito bem aquilo que é a sua função ambiental. Tem estes constrangimentos naturais e a empresa está sempre aberta a olhar de uma forma positiva para minorar estes impactos, como fizemos por exemplo relativamente à carga e transportes de lamas, que é algo que resulta do processo normal de operações, e hoje funciona muito melhor”, explicou Alexandre Tavares, quando questionado sobre a questão.

“Há um reconhecimento claro de que aquilo que existe cumpre, mas temos a noção que os desafios em termos ambientais obrigam-nos também a fazer investimentos, às vezes de manutenção, outras vezes de upgrade”, notou por sua vez o presidente da Câmara.

Segundo Gonçalo Lopes, o impacto em termos urbanísticos da ETAR das Olhalvas tem sido minimizado com a cortina arbórea que cresceu à sua volta, sendo as reclamações devidas ao mau cheiro “muito pontuais”.

Quanto às descargas provenientes da ETAR, refere o facto de o rio Lis ter um caudal mínimo, nomeadamente no verão, e que “tudo o que é retirado da ETAR para o rio provoca às vezes reclamações”.

“No último ano, tivemos uma ocorrência que foi rapidamente resolvida, mas são situações naturais de uma empresa que gere uma infraestrutura tão grande, que inclui tantos municípios e que tem uma capacidade de resposta técnica excelente”, concluiu.

Fotografia de destaque: Joaquim Dâmaso/Arquivo

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