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Cultura

Mosteiro da Batalha lança ebook sobre Miguel Franco

No arranque das Jornadas Europeias do Património, o Mosteiro da Batalha disponibiliza um ebook com material – algum inédito – sobre o dramaturgo de Leiria.

Miguel Franco (1918-1988) é lembrado pelo Mosteiro da Batalha por ocasião das Jornadas Europeias do Patrimóno e do nascimento do autor, ator e dramaturgo como lançamento de um ebook que terá, mais tarde, lançamento em versão física.

A iniciativa surge pela ligação do monumento às artes e, concretamente, às artes dramáticas, explica o diretor do Mosteiro da Batalha:

“Ao longo destes anos sempre demos destaque ao Teatro no Mosteiro da Batalha. Este espaço e esta História fazem apelo às artes cénicas, à dramaturgia. Nesse contexto não poderíamos deixar de evocar Miguel Franco no centenário do seu nascimento”, afirma Joaquim Ruivo.

O ebook “Miguel Franco – Sobre o Teatro” está disponível para download aqui

A partir de uma palestra que Miguel Franco deu na Batalha em 1972, a convite da Associação de Propaganda e Defesa da Região da Batalha, surgiu a ideia de publicação desse texto inédito.

A intenção era o lançamento a 18 de abril, coincidindo com a data do nascimento do dramaturgo de Leiria, mas a pandemia alterou os planos, surgiu agora a publicação, para já apenas em formato digital.

Para Joaquim Ruivo, Miguel Franco deve ser recordado “não apenas porque é um dramaturgo leiriense” mas, também, porque “é um excelente dramaturgo, publicado e encenado”.

“Sobretudo ‘O Motim’ e ‘A legenda do cidadão Miguel Lino’, sendo criadas também num contexto de oposição a um regime ditatorial, acabaram por tornar-se intemporais”, sublinha o diretor do Mosteiro.

Assim, “devemos retornar com alguma urgência” às obras do dramaturgo, sublinha, “não só pelos temas que abordam, mas também pelo domínio que Miguel Franco revela da narrativa dramatúrgica”, à época realçada pelo crítico literário João Gaspar Simões, que Joaquim Ruivo cita: “Importante na sua peça é a bela estrutura teatral da mesma e a sóbria linguagem em que está escrita”.

A par das peças que escreveu, Miguel Franco desenvolveu trabalho relevante com grupos de teatro em Leiria, “cuja qualidade foi reconhecida pelos melhores críticos de então”, assumindo-se como figura “marcante na cultura da cidade”.

“Pessoalmente, revendo agora o seu trabalho de ator nalguns filmes (como ‘Manhã Submersa’ [de Lauro António], por exemplo), podemos verificar uma qualidade de representação acima da média e que nos surpreende pela contenção, profundidade e naturalidade”, realça o diretor do Mosteiro da Batalha.

O ebook hoje lançado integra a referida palestra de Miguel Franco, intitulada “Como acontece Teatro”, um testemunho da filha, Maria João Franco, e uma entrevista – também inédita – feita pela própria a Basílio Artur Pereira, “onde se recorda a figura de Miguel Franco, as suas encenações, e, na generalidade, a ambiência cultural em Leiria nessa época”.

A publicação inclui ainda uma crónica de José Travaços Santos, amigo de Miguel Franco, publicada no REGIÃO DE LEIRIA em 1973, bem como uma crítica do já citado João Gaspar Simões, desse mesmo ano.

Para Maria João Franco, o ebook é algo que “cai do céu”:

“É maior do que inicialmente estava previsto e é importantíssimo. É uma iniciativa do diretor do Mosteiro da Batalha, que revela ser um homem interessado em valorizar a cultura”.

Após o lançamento online – disponível aqui -, o trabalho será editado em livro físico em 2021. Está também em estudo para o próximo ano uma encenação especial de “O Motim” no Mosteiro da Batalha.


Secção de comentários

  • Miguel Cardoso disse:

    É com muito prazer que se vê uma instituição de renome de Leiria, como é o v. Jornal fazer referência a uma das figuras mais importantes da história cultural de Leiria, o dramaturgo, encenador e actor Miguel Franco, através da divulgação desta iniciativa louvável da direcção do Mosteiro da Batalha.
    É com mágoa que se lê o Programa das Jornadas Europeias do Património em 2020, de Leiria, a decorrerem este fim-de-semana, em que não se vislumbra nenhuma referência a qualquer obra de Miguel Franco.

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