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Sociedade

Incêndios: Dois meios aéreos de combate disponíveis a partir de sábado na região de Leiria

O responsável da proteção civil do distrito de Leiria afirmou que “há este ano maior incumprimento na limpeza dos terrenos”.

A região de Leiria tem dois meios aéreos de combate a incêndios, disponíveis a partir deste sábado, anunciou hoje o comandante distrital de operações de socorro de Leiria, na apresentação do dispositivo para este ano.

Carlos Guerra adiantou que os dois helicópteros bombardeiros médios sediados nos centros de meios aéreos de Alcaria, em Porto de Mós, e em Pombal, vão ficar disponíveis a partir deste sábado, quando se inicia o nível dois de risco de incêndio.

O helicóptero ligeiro que se encontra na base de Figueiró dos Vinhos estará operacional, a partir do dia 1 de junho. Os três meios aéreos estarão em funcionamento até 15 de outubro.

Segundo o comandante operacional, o dispositivo contra incêndios para este ano é idêntico ao de 2020. Na fase de maior risco (nível IV) estão disponíveis 603 elementos, apoiados por 145 viaturas. Destes, 356 são bombeiros.

Carlos Guerra sublinhou que a “segurança dos operacionais” é a principal prioridade. “A segurança deles é a segurança de todos”, reforçou, ao afirmar que a “vida humana” está em primeiro lugar, seguindo-se a “defesa da floresta e do património”.

Apesar dos números de covid-19 estarem a diminuir, o comandante frisou que a pandemia continua a ter atenção especial. “Em 2020, um ano complicado, conseguimos manter as regras sanitárias mesmo durante o combate aos incêndios e não tivemos conhecimento de qualquer surto que possa ter existido”, afirmou.

À Lusa, Carlos Guerra revelou ainda que “este foi um ano mais chuvoso”, pelo que “há mais vegetação, logo mais combustível, o que é um ‘handicap’”.

Ainda sem os números finais das autoridades policiais, o responsável da proteção civil do distrito de Leiria afirmou que “há este ano maior incumprimento na limpeza dos terrenos”.

“Na semana passada, reuni com os presidentes de todas as câmaras do distrito e com a GNR. Depois dos incêndios de 2017, houve uma sensibilização das pessoas e a limpeza foi mais eficaz. Em 2019, já se notou um abrandamento, em 2020, também com a ‘desculpa’ da pandemia o incumprimento aumentou e, este ano, o número é ainda maior. Como a data limite foi estendida até amanhã, veremos se na próxima fiscalização há diferença”, revelou à Lusa.

Em resposta à agência Lusa, a GNR informou que no decorrer da campanha “Floresta Segura 2021” foram identificados, até 9 de maio, “14.097 locais de possível incumprimento, destacando-se os distritos de Aveiro, Braga, Coimbra, Castelo Branco, Leiria, Viseu e Vila Real”.

“A GNR iniciará a fiscalização neste âmbito a partir de 16 de maio [domingo], data a partir da qual elaborará autos por contraordenação quando detete situações de incumprimento”, indicou esta força de segurança, na sequência do fim do prazo para os proprietários assegurarem os trabalhos de gestão de combustível, que termina no sábado.

Na sua apresentação, Carlos Guerra considerou a importância do sistema de videovigilância constituído por 11 torres permanente na área da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria e mais quatro no Oeste.

“A detenção precoce é fundamental. Em 2020, resolvemos 96% das ocorrências no ataque inicial. Os incêndios que nos fugiram representam 95% da área ardida. A videovigilância é um apoio na deteção, na vigilância e no apoio à decisão”, reforçou.

O comandante apelou ainda à vigilância de todos os cidadãos. “Se virem um vizinho a fazer uma queima ou uma queimada num dia que não é propício deve chamá-lo à atenção”, disse, ao salientar que é importante “reduzir o número de ignições”.

“Se forem poucas conseguimos chegar a todas, se forem muitas, algumas vão escapar.”

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