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Aljubarrota 1385. Há muita história para contar antes da Batalha Real

Cerca de 40 intervenientes encenados pel’“O Nariz” dão vida à investigação e criatividade de Luís Mourão sobre os dias que antecederam a Batalha de Aljubarrota, numa inédita colaboração entre Alcobaça, Porto de Mós e Batalha.

No final do dia 11 de agosto de 1385 o exército de Portugal chega a Porto de Mós; 635 anos depois a história desses dias que mediaram até à Batalha de Aljubarrota, a 14 de agosto, é contada numa grande produção teatral. Os feitos e efeitos da chamada Batalha Real são bem conhecidos, desde as táticas à Ala dos Namorados, mas sobretudo a garantia de independência nacional. Como conseguiu Portugal preparar tão decisivo embate? É essa proposta que é feita pelo dramaturgo Luís Mourão, que investigou nas fontes mais credíveis disponíveis para criar um texto que o grupo de teatro “O Nariz” leva à cena com recurso a um pequeno “exército” de quase meia centena de atores, músicos, arqueiros e homens de armas. “Aljubarrota 1385” estreia sábado, 12 de junho, e significa outra conquista: a parceria entre os municípios de Alcobaça, Batalha e Porto de Mós na celebração desta página dourada da História de Portugal.

“O que a nós nos interessa em ‘Aljubarrota 1385’ é exatamente aquilo sobre o qual, como coletivo, menos sabemos”, sublinha “O Nariz”, na sinopse, lembrando que o momento da batalha tem aqui “um papel menor”.

“Aljubarrota 1385” recusa ser uma recriação; antes passa revista à preparação do confronto que se aproxima, a 14 de agosto, no campo de São Jorge. Em vez de cavalos, exércitos ou lutas, há conversas, discussões e eventos mais ou menos ignorados, sobressaindo a inteligência, coragem e abnegação. De D. João I, de Nuno Álvares Pereira, dos seus fiéis, mas também das gentes. “O povo de Porto de Mós ou o dos Coutos de Alcobaça, o seu Abade e uma pequena multidão de homens e mulheres que teceram ali um futuro todo novo para Portugal”.

O encenador Pedro Oliveira preparou “um espetáculo clássico, como já se usa pouco”, com “texto a ser dito no mesmo local, diante do público”, limitado a uma centena de pessoas por sessão.

Os atores foram “escolhidos a dedo” e chegam do Porto, de Lamego, de Setúbal ou de Lisboa, juntando-se a elementos d’“O Nariz” e de grupos da região. O elenco compõe-se com os músicos da Porta da Traição, os arqueiros Vícios do Campo e os homens de armas da Espada Lusitana.

Em cena ganham vida as expectativas, as hesitações, as tensões e as cumplicidades entre as principais figuras mas também o sentir da populaça, que é preparada para o momento. A atravessar tudo, “a perceção de que a independência está em risco”, antecipa o encenador.

“Percebe-se o que aconteceu antes e o que pode acontecer no futuro”, diz Pedro Oliveira.

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