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Literatura

“As horas do fim”: um romance policial que faz do leitor o detetive 

Elsa Margarida Rodrigues é a mais recente autora de Leiria editada pela Minimalista. O lançamento aconteceu no dia 17 de julho.

Elsa Margarida Rodrigues lançou na biblioteca de Leiria o primeiro romance com o selo da Minimalista Foto: CML

Está preparado para ser “transformado” numa câmara e acompanhar um caso de polícia? “As horas do fim” é um desses livros. Policial repleto de referências cinematográficas, tem condimentos de sobra para nos tirar o fôlego. É o primeiro romance de Elsa Margarida Rodrigues, professora, investigadora e escritora de Leiria, e desenvolve-se numa dicotomia luz-escuridão.

Na apresentação do livro, dia 17 de julho, João Maria André, professor catedrático nas áreas de Filosofia e do Teatro, considerou tratar-se de um “thriller cinematográfico” para “ler, ver e escutar”. “O leitor esquece-se que está a ver a personagem pelos olhos do narrador”, sentindo-se ele próprio o detetive.

Na obra as frases são “curtas, pontuadas, feitas em suspensão dinâmica” e, com Elsa Margarida Rodrigues “reinventa-se o policial”, num “jogo do humano e da humanidade, nas suas múltiplas e contraditórias paixões e frustrações, nas suas certezas, dúvidas e interrogações, nos seus heroísmos, virtudes e crueldade”.

As personagens “poderiam muito bem ser as pessoas com quem nos cruzámos meia hora antes de começar a ler”, tal a sua diversidade e capacidade “de despertar a simpatia do leitor”, referiu João Maria André.

“Narra-se primeiro a morte do protagonista, e depois vai-se refazendo as peripécias do longo dia que a antecederam, demorando-se, na segunda parte, nas horas mais próximas do incidente”, disse o convidado, comparando o enredo à série do “Colombo”, que fez sucesso em Portugal na RTP, na década de 80.

“Quando escrevo é sempre visual, vejo as coisas a acontecer”, justificou Elsa Rodrigues.

Paulo Kellerman, Elsa Margarida Rodrigues e João Maria André Foto: CML

A autora contou ao REGIÃO DE LEIRIA que “As horas do fim” é “um livro do confinamento”: “Sem a pandemia acho que não tinha conseguido, é a concretização de um projeto que já dura há muitos anos”. Para o concluir, obrigou-se à disciplina de “escrever todos os dias, várias horas ao dia”.

O livro foi apresentado no passado sábado, na Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira, e é mais uma edição da Minimalista, projeto editorial com ligações a Leiria.

De acordo com Paulo Kellerman, um dos fundadores da editora, a apresentação de “As horas do fim” foi o primeiro evento “a sério, real” da Minimalista, que faz agora um ano – os eventos anteriores tiveram de ser realizados online. “O romance da Elsa foi a maneira da editora celebrar”, afirmou, comovido.

A autora recordou ainda que foi ali, na biblioteca de Leiria, que lançou o seu primeiro livro, “Zé do Tempo e outras Histórias de Natal”, em 2001. Um momento que “foi muito emocionante, guardo com muito carinho [essa memória]”.

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