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Música

Texas Bar reabre portas para The Legendary Tigerman após ano e meio sem rock

A digressão “Fix of Rock’n’Roll” chega a Leiria esta quarta-feira, 21 de julho: é a forma de The Legendary Tigerman ajudar uma das salas que o marcou, nos Barreiros, Amor, num momento difícil para o sector dos bares e discotecas.

Nos últimos anos, o Texas Bar ficou conhecido por ser um espaço privilegiado para música ao vivo, dedicando-se ao rock alternativo e também a outros sons. Os aplausos, os gritos, os instrumentos – sobretudo as guitarras – incorporaram o ADN e marcaram o ambiente que se respira no bar dos Barreiros, em Amor, Leiria. Mas, agora, há um vazio, uma sala fechada.

Encerrado desde fevereiro de 2020, reabre finalmente para um concerto de The Legendary Tigerman esta semana, no dia 21 de julho. A lotação está esgotada – os bilhetes “voaram” em 12 horas -, o que é mais um incentivo para Frederico Clemente, proprietário do estabelecimento, se mostrar otimista quanto ao futuro dos bares e discotecas, a atravessar uma crise aguda como nunca devido à pandemia.

Por isso, há ainda um caminho a percorrer e isso percebe-se nas restrições ao espetáculo que The Legendary Tigerman decidiu levar ao Texas, no âmbito de uma digressão solidária: há 60 lugares sentados, quando a sala tem lotação para 300 pessoas”.

Diminuímos para 1/5 da capacidade, porque queremos mesmo que as coisas aconteçam, sem pôr ninguém em risco. Queremos consciência, que as pessoas cumpram as regras”, frisa o proprietário ao REGIÃO DE LEIRIA.

Frederico Clemente reconhece que este será um “concerto-experiência”, pois só depois de se perceber se o público cumpre as regras é que será tomada a decisão sobre a continuidade da música ao vivo no bar dos Barreiros. Se não voltar tudo a fechar, a intenção é fazer, pelo menos, um concerto por mês.

Simbolicamente, o espetáculo com Paulo Furtado, o músico que dá corpo e espírito a The Legendary Tigerman, “significa tudo”.

“É uma reabertura. Já estamos há imenso tempo fechados e até agora sem nenhumas ajudas. Este retomar da atividade é como ver a ‘luz ao fundo do túnel’”, admite Frederico Clemente.

“Custa-me muito entrar naquela sala e não ver ninguém. Ao mesmo tempo penso: será que foi mesmo a última vez que abrimos este espaço?”, questiona, lembrando o último concerto ali realizado, a 31 de janeiro de 2020, com Filipe Sambado. “Aquela sala foi feita para ter pessoas e não para estar vazia”, desabafa.

Desde aí as portas deste que é um negócio de família encerraram. “A única atividade até agora foi a gravação de um videoclipe de uma banda”.

Esta quarta-feira, a ação volta ao Texas, com The Legendary Tigerman, que definiu a mini-digressão “Fix of Rock’n’Roll” para “ajudar os clubs que o ajudaram”. No momento difícil para o sector dos bares e discotecas, a organização da tour descreveu a iniciativa como “uma declaração de amor aos clubes”.

Em resultado disso, a receita da venda de bilhetes é repartida em partes iguais pelo artista e pelos estabelecimentos (Avenida, em Aveiro, Salão Brazil, em Coimbra, Bang Venue, em Torres Vedras, eBafo de Baco, em Loulé, também estão no programa) e The Legendary Tigerman fará um direto no Instagram em todos os locais, apelando ao público para fazer donativos, que serão distribuídos igualmente pela União Audiovisual, artista e clubes.

“É muito bom este tipo de iniciativas, os artistas quererem ajudar as salas. Ambos precisamos uns dos outros”, comenta Frederico Clemente.

Segundo o proprietário, o evento coloca também a equipa do Texas à prova. “Ao mesmo tempo são desafios: dispor a sala de maneira diferente, vê-la com outra dinâmica. Gosto disso. Desde que nos deixem abrir, é melhor do que nada”.

Para o futuro, Frederico Clemente acredita que “tudo voltará a abrir”. E o do bar dos Barreiros é “voltar com a cultura a Leiria, ter novamente uma agenda mensal e trazer as bandas portuguesas à cidade”.

Com a reabertura do espaço, um ano e meio depois das portas terem sido fechadas, o dono do Texas Bar só lamenta não poder ter mais público. Mas já é uma forma de matar saudades da vibração das salas, do público, dos aplausos e dos gritos a pedir “só mais uma”.

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