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Cultura

Realizadora de Caldas da Rainha estreia-se com longa-metragem na Berlinale 2022

“Águas do Pastaza” conta na primeira pessoa como vive a pequena comunidade de Suwa, na Amazónia.

Nunkui Washikiat é uma das crianças residentes na comunidade Inês T. Alves

A primeira longa-metragem da realizadora Inês T. Alves, natural das Caldas da Rainha, tem estreia marcada na 72ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim, que se realiza entre 10 e 20 de fevereiro.

“Águas do Pastaza” (Juunt Pastaza Entsari, no título original) integra a secção “Generation” da Berlinale 2022 e aborda o quotidiano das crianças de Suwa, uma pequena comunidade isolada na floresta tropical da Amazónia, com 80 habitantes.

Desenvolvido durante os dois meses de permanência na comunidade, o documentário fala na primeira pessoa sobre a ligação daquelas crianças com a natureza, assim como a relação com as novas tecnologias, “fenómeno bastante recente na comunidade”, lê-se em nota de imprensa enviada pela produtora.

Pequeno excerto do documentário que retrata a vida das crianças de Suwa Vídeo: Inês T. Alves

“Em Março de 2018 cheguei a Suwa (…) Vivi lá durante dois meses, onde desenvolvi uma relação próxima com as crianças, que me ensinaram e me ajudaram com tudo o que era necessário para ‘sobreviver’ naquele território”, conta Inês T. Alves em nota de intenções do filme.

Segundo a realizadora, a longa-metragem tem como função chamar a atenção “para a importância de se estabelecer uma relação mais sustentável com o nosso ambiente”, sobretudo no contexto atual, em que “as comunidades indígenas na Amazónia estão sob um forte ataque permanente, com desflorestação intensa impulsionada por interesses económicos externos”.

“Águas do Pastaza” é uma produção da Oublaum Filmes, fundada por Ico Costa, realizador de filmes como “Nyo Vweta Nafta” (2017) ou “Alva” (2019).

Foto: Patrik Thomas

Inês T. Alves estudou Narrativas Culturais nas universidades Nova de Lisboa, Santiago de Compostela e de Bergamo. Frequentou ainda o curso de Cinema Documentário na University of the Arts London, com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian.

Já exibiu curtas-metragens em vários festivais de cinema nacionais e internacionais e ganhou o prémio “Novo Cinema” do festival “Port/Post/Doc”, com o filme “No ângulo das ruas” sobre as memórias familiares da cidade pós-colonial de Maputo.

Além da carreira enquanto realizadora, Inês dinamiza workshops sobre a sétima arte e é fundadora do projeto de cinema colaborativo “Movimento”.

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