Duas décadas de música passaram desde os primeiros passos de Gente Nossa, grupo de Fátima que lança agora o primeiro disco. A paixão de um conjunto de amigos pela tradição, usos e costumes portugueses mantém-se, mas entretanto surgiram – fruto de colaborações e experiências noutros grupos – outras influências, das músicas do mundo ao blues e ao country, “não esquecendo a música sul-americana”, sublinha Jorge Gonçalves. Ele é responsável pela produção e um dos fundadores que se mantém – com Júlio Rosa e Tó Balé – no Gente Nossa. João Gonçalves, Fausto Raínho e Pedro Serralheiro integram também a renovada formação.
Três deles são professores, um é advogado, outro empresário e até há um piloto de aviação civil neste grupo que concretiza o sonho antigo de editar um disco. A pandemia obrigou a deixá-lo na gaveta mas, agora, vê finalmente a luz do dia.
“É difícil inventar alguma coisa, mas achamos que podemos mostrar algo de novo, influenciado pelos nossos gostos pessoais, feito à nossa maneira”, afirma Jorge Gonçalves.
Com “Gente Nossa” realizam também a vontade de divulgar a poesia portuguesa, “desde a Idade Média à atualidade”, seja a de autores consagrados, seja de gente da terra.
Composto por 13 temas, o disco é o primeiro registo do grupo. As letras são de escritores como Camões, Almeida Garrett, Cesário Verde, Fernando Pessoa ou José Régio, mas também de outros autores, como Francisco Vieira, uma forma também de homenagear um amigo do grupo, já desaparecido.
Ao vivo, Gente Nossa sobe ao palco no domingo, dia 13 de março, num concerto especial no Teatro Municipal de Ourém. Como convidados estarão Rão Kyao, Pedro Ferreira (Anaquim), Dalila Marques (Quinta do Bill), Elsa Gomes, entre outros. O espetáculo começa às 18 horas e os bilhetes custam 5 euros.
