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Saúde

Recolha de dados para estudo da literacia em saúde em Leiria arranca em janeiro de 2023

O estudo envolve 4.003 pessoas, a partir dos 18 anos, das 18 freguesias do concelho de Leiria.

A recolha de dados para o estudo da literacia em saúde no concelho de Leiria vai arrancar no final de janeiro de 2023 junto de 4.003 pessoas, disse à agência Lusa a coordenadora científica Sara Dias.

Segundo Sara Dias, professora na Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria e investigadora no ciTechCare – Center for Innovative Care and Health Technology, unidade de investigação deste estabelecimento de ensino, o estudo segue-se à aprovação, em março de 2021, da Estratégia Municipal de Saúde, documento que estabelece, entre outros eixos prioritários, a cidadania e literacia, e as acessibilidades.

“Nesse documento estratégico identificaram que a literacia em saúde era uma das lacunas da população residente no concelho e foi aí que surgiu, então, esta ideia de fazermos uma ‘coorte’ de literacia em saúde (…), um estudo longitudinal de um grupo de pessoas em que as vamos observar, neste caso do nosso estudo, ao longo de 10 anos”, explicou a docente.

O estudo, denominado LISA e que começou há um ano, é uma parceria entre Município de Leiria, ciTechCare, Agrupamento de Centros de Saúde Pinhal Litoral (concelhos da Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós), Escola Superior de Artes e Design do Politécnico de Leiria e Centro Hospitalar de Leiria.

Envolve 4.003 pessoas, a partir dos 18 anos, das 18 freguesias do concelho de Leiria.

“A nossa ideia é começarmos no final de janeiro a recolher os dados. Queremos ficar com uma ‘fotografia’ da literacia em saúde do ano 2023 de residentes com mais de 18 anos”, declarou Sara Dias.

A investigadora precisou que os primeiros resultados deverão ser conhecidos no final desse ano, para “perceber onde é que estão as lacunas, onde é que está o nível de literacia em saúde mais baixo, mais inadequado, [se] nos jovens, nos idosos, nos residentes no centro de Leiria, nas freguesias mais rurais”, para depois se agir “com campanhas de literacia em saúde”.

Passados dois anos, o grupo torna a medir a literacia em saúde, também para perceber o grau de eficácia destas campanhas, adiantou, admitindo que as expectativas são as de que, dentro de uma década, o desconhecimento das questões de saúde seja substancialmente menor. E, neste âmbito, destacou a “iliteracia na saúde informática, digital”.

Para a docente, as mais-valias deste estudo passam por aumentar o conhecimento da academia, sendo que, ao nível dos cidadãos, estes vão ter campanhas para “aumentar o seu nível de literacia no futuro”.

As mais-valias estendem-se aos profissionais de saúde, que “se deparam com estes problemas nas urgências entupidas, os centros de saúde também cheios de gente”, assim como para as entidades da saúde, referiu ainda a docente da Escola Superior de Saúde.

Em outubro de 2021, depois de o acesso ao serviço de Urgência Geral do Hospital de Santo André, em Leiria, ter estado limitado durante uma noite, o presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, reuniu-se com responsáveis do Centro Hospitalar de Leiria, de que faz parte aquele hospital, e o Agrupamento Pinhal Litoral, para analisar aquela situação e estabelecer linhas de trabalho.

Na ocasião, Gonçalo Lopes esclareceu que houve uma manifestação em “colaborar de uma maneira mais regular naquilo que são medidas para mitigar e evitar situações de picos de afluência aos hospitais, em especial às urgências”, sendo que uma das soluções está ligada “à literacia em saúde, com o objetivo de esclarecer as populações do que é o funcionamento deste tipo de serviços”.

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