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Sociedade

Bispo de Leiria-Fátima pede que não se vulgarize a guerra

Na mensagem de Natal ontem divulgada, o bispo diz que é tempo de olhar “fraternamente” para os migrantes e refugiados e fazê-los sentir que há espaço para eles.

foto do bispo josé ornelas junto a um presépio
Foto de Arquivo

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e bispo de Leiria-Fátima, José Ornelas, pediu ontem que as pessoas não se deixem habituar à realidade da guerra e lembrou que o conflito na Ucrânia e outros resultam em fome e pobreza.

Numa mensagem de Natal ontem divulgada, o bispo fala também do esforço mundial para salvar vidas perante a pandemia de Covid-19, acrescentando que, enquanto isso, em Portugal permite-se “o avanço da eutanásia e do suicídio assistido como resposta para erradicar o sofrimento”.

O bispo de Leiria-Fátima salienta na mensagem que o Natal se assinala este ano no meio do “drama da guerra da Ucrânia que dura há dez longos meses”, e acrescenta: “Aqui, bem perto de nós, a desumanidade ceifa vidas e impõe sofrimento a milhares de residentes e refugiados”.

Afirmando tratar-se de “uma violência atroz”, à qual as pessoas não podem ficar indiferentes, o religioso acrescenta: “Não nos podemos permitir esquecer esta e outras guerras e deixarmo-nos habituar a uma realidade que todos os dias bate à nossa porta através das imagens cruéis que nos chegam”.

Como resultado deste e de outros conflitos, o mundo vive “um tempo de emergência social com a degradação crescente das condições socioeconómicas das famílias”, e a muitas pessoas “falta o pão na mesa, a pobreza adensa-se e quem é frágil está cada vez mais só”, diz na mensagem.

Falando da “luz da esperança” que brilha no Natal, D. José Ornelas salienta: “quando aprendemos a cuidar das pessoas e do nosso planeta, estamos a acender verdadeiras luzes que humanizam pessoas e iluminam o mundo”.

O Natal, diz também, é tempo para superar o individualismo, de se tornar mais próximo das famílias mais desfavorecidas, de se tornar mais próximo dos pobres, cada vez mais pobres “enquanto a riqueza é distribuída cada vez mais só por alguns”, ou de olhar “fraternamente” para os migrantes e refugiados e fazê-los sentir que há espaço para eles.

É tempo ainda de “sentir a dor de quem está privado de liberdade”, de ir ao encontro dos idosos e doentes. É tempo “de acolher com verdadeiro carinho as crianças e os mais frágeis e reafirmar a determinação e o propósito de garantir proteção e salvaguarda do direito a crescerem em segurança, livres de qualquer abuso ou manipulação”.

A mensagem de votos de bom Natal o presidente da CEP termina com a frase: “Tenhamos bem presente, diante do presépio que contemplamos, o pedido pela paz no mundo, especialmente na Ucrânia”.

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