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Fátima

Santuário garante que cumpre obrigações financeiras e não despediu trabalhadores

“Nota-se [em Luciano Guerra] um alheamento do que é hoje o Santuário no contexto da Igreja e do mundo e revela um profundo desconhecimento da atual gestão e dos desafios com que se confronta”

O Santuário de Fátima considera que o ex-reitor monsenhor Luciano Guerra revela “alheamento” e um “profundo desconhecimento” da realidade do santuário na entrevista publicada está quinta-feira, dia 22, garantindo que “não procedeu ao despedimento de trabalhadores e nunca esteve em causa o cumprimento de obrigações financeiras”.

Em resposta a questões colocadas pelo REGIÃO DE LEIRIA, o Santuário de Fátima afirma que nas declarações de Luciano Guerra “se nota um alheamento do que é hoje o Santuário no contexto da Igreja e do mundo, que carece de fundamentação, e revela um profundo desconhecimento da atual gestão e dos desafios com que se confronta”.

Além disso, “revela uma grande contradição entre aquela que foi a ousadia do então reitor, que durante 35 anos nunca deixou que o Santuário cristalizasse na sua ação pastoral e procurou que fosse sempre evoluindo, mas que agora manifesta total oposição a toda a evolução verificada desde 2008”.

Segundo o Santuário de Fátima, “o mesmo se pode dizer da pretensa “intelectualização” da pastoral, pois monsenhor Luciano Guerra foi um homem de cultura, que convidou alguns dos mais reputados artistas nacionais, e até internacionais, a interpretar a mensagem e a materializá-la em obras de arte e iniciou os congressos internacionais que reuniram na Cova da Iria grande parte dos teólogos pensadores da contemporaneidade”.

Por outro lado, o antigo reitor “deu corpo a uma política de investimentos que passou sobretudo pela construção de grandes espaços celebrativos, que hoje cabe administrar e conservar com o mesmo empenho com que foram construídos – apesar das críticas, à época, e de hoje consumirem grande parte dos recursos orçamentais –, porque sabemos da sua importância para o acolhimento dos peregrinos e para lhes proporcionar um verdadeiro ambiente de oração”.

Apesar das crises vividas depois de 2008, da pandemia e da guerra; o Santuário de Fátima garante que “nunca deixou de cumprir qualquer obrigação, desde logo com os seus funcionários: não despediu nem forçou a saída de qualquer colaborador”.

“Apenas adaptou o seu quadro de pessoal às necessidades pastorais resultantes de um novo contexto, que obrigou a uma redução muito significativa da atividade em 2020, que se prolongou ainda durante o ano de 2021 e que só este ano de 2022, felizmente, começou a ser retomada”, explica.

“No ano mais difícil da história da instituição, 2020, as 57 desvinculações verificadas referiram-se a 16 revogações de contrato por mútuo acordo, por iniciativa do próprio trabalhador; 20 cessações de contrato no seu termo, dos quais 9 eram estudantes; 17 rescisões por iniciativa do trabalhador e 4 aposentações por velhice”, garante.

Naquele período, “particularmente difícil para as famílias e para a Igreja”, o Santuário diz que “nunca faltou com a correspondente ajuda social, incrementando e intensificando o apoio material a quem dele mais precisava e à Igreja em geral”.

Quanto às contas, apresentadas em março deste ano, “revelam que, apesar da diminuição drástica de receitas entre 2020 e 2021, estão equilibradas, fruto de uma gestão criteriosa, e em nenhum momento esteve em causa o cumprimento de qualquer obrigação financeira do Santuário ou sequer a sua suficiência económica”.

Nas respostas enviadas ao REGIÃO DE LEIRIA refere-se ainda que o “papel do Santuário está definido, em primeiro lugar nos seus estatutos – acolher os peregrinos, difundir a mensagem de Fátima e zelar pelo cuidado dos mais frágeis –, e procura-se cumprir com rigor e zelo evangélico”, mas “essa missão fundamental não exclui, antes exige, uma gestão profissional, adaptada às exigências de hoje, sempre comprometida com o bem comum e com a dimensão social”.

Neste contexto, “procura sempre estratégias para uma maior eficiência da sua ação e para uma otimização dos seus recursos, sem nunca pôr em causa o acolhimento dos peregrinos, o respeito pelo destino dos bens doados e o apoio aos mais pobres e vulneráveis”.

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