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Saúde

Unidade Local de Saúde de Leiria dá primeiro passo com criação de grupo de trabalho

O grupo tem dez semanas para apresentar um plano de negócios e de intervenção que vise implementar uma resposta assistencial integrada aos utentes.

Projeto tem por objetivo uma gestão integrada dos cuidados de saúde hospitalares e primários Joaquim Dâmaso

O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) deu luz verde à criação de um grupo de trabalho que terá por missão elaborar o plano de negócios da futura Unidade Local de Saúde (ULS) da Região de Leiria.

A medida vai ao encontro da iniciativa que a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) apresentou no final de outubro ao Governo, à administração do Centro Hospitalar de Leiria (CHL) e à nova direção do Agrupamento de Centros de Saúde Pinhal Litoral (ACeS PL) com vista à criação de uma ULS.

Segundo o despacho assinado por Fernando Araújo na passada sexta-feira, o plano de negócios deverá contemplar a reorganização da arquitetura dos serviços que permita uma resposta assistencial integrada ao nível dos cuidados de saúde primários e hospitalares.

O grupo deverá ainda definir, no prazo de dez semanas (até final de fevereiro), a área de influência direta e indireta da futura ULS, a análise do perfil assistencial e os meios humanos dos AceS e hospitais que irão integrar a ULS, a oferta de cuidados de saúde, objetivos estratégicos, áreas de intervenção e ações a implementar.

No plano deverão ainda constar a análise económico-financeira e as vantagens da criação da ULS, ganhos em saúde, investimentos delineados pelas instituições, projetos em curso e em fase de preparação ao nível assistencial, mas também ao nível da formação e investigação.

Integram o grupo de trabalho Licínio Carvalho, presidente do conselho de administração do CHL, também designado gestor do processo, Rosa Reis Marques, presidente da Administração Regional de Saúde do Centro, Salvato Feijó, diretor clínico do CHL, Marco Neves e Victor Bernardo, diretores executivos do AceS PL e ACeS Pinhal Interior Norte, respetivamente, e Ana Costa e Paula Sousa, presidentes dos respetivos Conselhos Clínicos e de Saúde.

Aquando da apresentação da proposta de uma ULS, Jorge Vala, vice-presidente da CIMRL, adiantou à Lusa que esta “faz parte de uma estratégia” que os autarcas entendem “ser prioritária, tendo em conta a debilidade que existe em todo o sistema, sobretudo ao nível dos cuidados primários de saúde, podendo aqui introduzir o hospital de Leiria com uma gestão profissionalizada e que, de alguma forma, poderá eliminar os cerca de 50% de afluências indevidas às urgências” desta unidade.

O também presidente da Câmara de Porto de Mós salientou que a criação da ULS pretende dar resposta, “no médio prazo, a um problema que se tem vindo a agravar em toda a região, que é a incapacidade de resposta ou falta de resposta dos cuidados de saúde primários”.

Segundo o autarca, a mais-valia é, a partir, “neste caso, da administração do hospital de Leiria, passar a haver uma coordenação regional de todos os cuidados de saúde, portanto, uma interação obrigatória”.

“Temos, de alguma forma, aquilo que não existe hoje, que é uma coordenação integrada”, afirmou, notando que, atualmente, “não há vasos comunicantes” e com a ULS “obrigatoriamente tem de haver, até porque o presidente da ULS é o presidente do conselho de administração do hospital”.

País poderá passar a ter 12 Unidades Locais de Saúde

Além da ULS da Região de Leiria, deverão avançar mais três unidades, em Guimarães, Aveiro e Entre o Douro e Vouga.

Com estas quatro novas unidades, o SNS, que dispõe atualmente de oito – ULS  Matosinhos (criada em 1999), Norte Alentejano (2007), Guarda (2008), Baixo Alentejo (2008), Alto Minho (2008), Castelo Branco (2010), Nordeste (2011) e Litoral Alentejano (2012) – passará a dispor de 12.

Citado pela Lusa, Fernando Araújo salienta que este aumento de 50% de ULS no país “representa uma dimensão profunda na construção de instrumentos de planeamento e organização do SNS, com relevantes ganhos em saúde, através da otimização e integração de cuidados, da proximidade assistencial, da autonomia de gestão, do reforço dos cuidados de saúde primários, sempre com o foco nos utentes”.

A direção do SNS adianta também que iniciou a elaboração do plano de negócios para integrar no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) o Hospital Arcebispo João Crisóstomo – Cantanhede e o Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais, “visando aumentar o acesso e a eficiência”.

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