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Professoras do Orfeão de Leiria criam projeto original de tango no feminino

O génio de Astor Piazzolla mora em Tango4Women, a aventura que junta cinco docentes do Conservatório de Artes. Este sábado, dia 25, fecha-se um ciclo (e abre-se outro) no Teatro José Lúcio da Silva.

Da esquerda para a direita, Sónia Leitão (guitarra), Ivana Dimitrijevic Vilela (violino), Ilda Coelho (guitarra baixo), Veronique Marques (acordeão) e Nádia Roseiro (piano), integram a formação de Tango4Women em 2023. “Temos uma empatia muito grande e, assim, é muito fácil que as coisas fluam e aconteçam”, conta Sónia Leitão. No concerto deste sábado, dia 25 de fevereiro (21h30, 7,5 euros), o quinteto terá em palco a companhia da dupla de bailarinos de tango Sónia Aires e Paulo Bernardo Luís Lobo Henriques

Havia um concerto marcado para a abertura solene do ano letivo e cinco professoras do Orfeão de Leiria juntaram-se para tocar Piazzolla. Era 2018 e Ilda, Ivana, Sónia, Veronique e Vesna (que depois se aposentou, entrando Nádia) estavam longe de imaginar que, cinco anos volvidos, pisariam o principal palco de Leiria: vai acontecer este sábado, dia 25.

“Tango4Women nasceu de forma muito casual e foi tão bem recebido que achámos interessante continuar”, conta Sónia Leitão, a guitarrista do quinteto. “Não tivemos coragem de não continuar”, acrescenta Ilda Coelho, que assume a guitarra baixo.

No ano seguinte voltaram a ser convidadas e pensaram: “Isto tem pernas para andar, vamos lá pôr isto a funcionar”. Tango4Women começou “a ficar mais sério” a partir do festival Música em Leiria, em 2021. Também tocaram no FESTAMBO, em Ourém, e em Llíria, Espanha. “Tem sido um percurso muito bonito”, resume Sónia.

Tango4Women destaca-se logo por colocar cinco mulheres a tocar tango. “Foi uma casualidade, não foi nada sexista. Mas achamos piada”, assume Ilda Coelho. Cinco mulheres em palco “é por si só raro” e, para Sónia, transmite uma “sensibilidade diferente” ao tango, criado “por homens, para ser dançado por homens”, lembra Ilda. Em palco, elas ligam as músicas com apontamentos que criam “um guião emocional”, fazendo o público entrar na história a partir de “uma ilustração quase pictórica das obras”.

O carácter revolucionário e visionário de Astor Piazzolla serve-lhes de inspiração. “As harmonias dele são sempre fantásticas e muito diferentes relativamente ao tango mais popular”, frisa Sónia Leitão. Para Ilda Coelho, o argentino consegue “ir das profundezas da alma, da tristeza mais intensa até à alegria mais esfuziante. E tudo na mesma obra”.

Agora chega um desafio maior. No Teatro José Lúcio da Silva, em casa, Tango4Women encerra um ciclo, lançando o próximo com world music e peças populares portuguesas, “diferentes, mas com razão de ser”. “O nome”, contudo, “é para manter – e vai sempre haver tango!”, garante Ilda.

As cinco querem chegar “o mais longe possível”. Até à Argentina? “Por acaso uma senhora disse-nos que uns amigos argentinos vêm de Coimbra ver o concerto. Ainda não vamos à Argentina, mas a Argentina já vem até nós!”.

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