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Leiria

Empresa suspende pedido de prospeção e exploração de inertes na Barosa

Sorgila anuncia que vai fazer uma reavaliação do pedido com a Câmara de Leiria, as Juntas de Freguesia e a Direção Geral de Energia e Geologia.

O pedido de prospeção e exploração de inertes, na Barosa, concelho de Leiria, apresentado pela empresa Sorgila foi suspenso por um período de 90 dias.

A decisão foi conhecida ontem à noite, sexta-feira, num comunicado divulgado pela empresa, depois de, nos últimos dias a população, as juntas de freguesia de Marrazes e Barosa e de Amor, e a própria autarquia se terem manifestado contra a prospeção.

“A administração da Sorgila SA comunica que, no âmbito do Pedido de Atribuição de Direitos de Prospeção e Pesquisa, denominado “Barosa” (…) após diligências efectuadas entre a nossa empresa e as entidades que tutelam este sector, decidiu suspender este pedido por 90 dias, a fim de ser feita uma reavaliação do mesmo, com as entidades locais (Câmara Municipal e Juntas de Freguesia) e a DGEG – Direção Geral de Energia e Geologia”, refere o comunicado.

Recorde-se que o pedido de exploração esteve em consulta pública até ontem, dia 24, e na última semana dezenas de cidadãos se manifestaram contra o avanço do processo.

A exploração prevê abranger uma zona de 76,06 hectares, entre Cabeças Redondas (Barosa) e Casalito (Amor), mas as duas juntas de freguesia mostraram-se contra e realizaram mesmo um abaixo-assinado que até ontem, sexta-feira, reuniu mais de quatro mil assinaturas.

Para amanhã, domingo, está prevista uma caminhada na Barosa, dinamizada pela página de Facebook “Barosa Viva”.

O ponto de encontro é às 9 horas no parque de merendas da Barosa e a caminhada “76 hectares” arranca às 10 horas. Serão percorridos seis quilómetros.

A iniciativa tem como objetivo “dar a conhecer o pulmão verde” desta freguesia do concelho de Leiria, sensibilizando para as consequências negativas da pesquisa e prospeção de inertes na Barosa.

Segundo a população, os documentos apresentados no âmbito do pedido de atribuição de prospeção e pesquisa “não acautelam devidamente os impactos ambientais cumulativos com mais uma exploração ou de um aumento de área de exploração deste tipo de materiais”.

Alertam para “consequências negativas para a saúde pública, qualidade de vida, estabilidade dos ecossistemas, superfície de solo cultivável, produção agrícola e pecuária”, assim como “impactos fortes e graves nos sistemas aquíferos”, pelo que a população pede que seja feita uma “análise minuciosa” da autorização desta atividade na Barosa.

No âmbito da consulta pública, foram emitidos vários pareceres pelas entidades competentes envolvidas. A maioria é favorável ao pedido de prospeção, enquanto a União de Freguesias de Marrazes e Barosa se manifestou desfavorável.

Numa primeira instância, a Câmara de Leiria emitiu um “parecer favorável condicionado”, mas após a sessão de esclarecimentos de sábado passado, lançou um comunicado a assumir-se contra a exploração de inertes, defendendo que “não existem condições para a sua concretização”.

A autarquia informou ainda que vai enviar uma exposição à Direção-Geral de Energia e Geologia a manifestar à sua oposição e amanhã, Gonçalo Lopes deverá participar na caminhada.

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