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Batalha

Visitas nos mosteiros da região duplicaram mas não compensam pandemia

Pandemia “roubou” uma década na subida do turismo: em 2022 número de visitas foi semelhante ao de há dez anos

Em 2022, as visitas no Mosteiro da Batalha cresceram 132,5% mas ainda estão aquém dos valores de 2019 Foto: Joaquim Dâmaso

O número de visitantes do Mosteiro da Batalha mais do que duplicou no ano passado, quando comparado com o ano anterior. Contudo, os dados revelam ainda que a travagem registada com a pandemia ainda não foi recuperada. Em Alcobaça, a situação é idêntica.

Na verdade, é preciso recuar praticamente uma década para encontrar um número de visitantes no Mosteiro da Batalha, semelhante ao verificado o ano passado. Na década passada, o monumento registou crescimentos sucessivos, chegando mesmo a aproximar-se do meio milhão de visitantes.

O ano passado, o Mosteiro da Batalha atingiu pouco mais do que metade desse valor indicativo. Os 288.386 turistas de 2022 comparam melhor com os 283.698 de 2013 que com os imediatamente anteriores à pandemia. Na verdade, e apesar de um crescimento de 132,5% em relação ao ano de 2021, os valores do ano passado ficam ainda muito distantes dos 416.793 visitantes de 2019 – o ano anterior à pandemia – e mais ainda dos 492.045 visitantes de 2017, o melhor ano de sempre no monumento da Batalha.

Não obstante, levando em conta as estatísticas agora reveladas pela Direção Geral do Património Cultural, o ano de 2022, comparado com o anterior, revela ser de grande crescimento, depois de 2021 já o ter sido em relação ao ano anterior, altura em que a pandemia fechou os espaços públicos. Em termos concretos, o Mosteiro atingiu cerca de 288 mil visitantes o ano passado, bem acima dos 100.427 e dos 124.032, de 2020 e 2021, respetivamente.

Olhando apenas para o ano passado, o Mosteiro da Batalha voltou a ser o monumento mais visitado, fora de Lisboa. O líder nacional foi, sem surpresas, o Mosteiro dos Jerónimos.

O mosteiro da capital do país encontra-se no topo da lista, com 870.321 visitas, e a Torre de Belém, também localizada na capital, recebeu 377.780 visitantes.

O Mosteiro da Batalha destaca-se com um total de 288.386 visitantes no ano passado, enquanto o Mosteiro de Alcobaça recebeu 193.881 visitas (tendo registado 67.026 e 85.844 visitas em 2020 e 2021, respetivamente).

Neste último mosteiro, que é também património da Humanidade da nossa região, houve um aumento notável de visitas no ano passado: 128%. No entanto, em Alcobaça é necessário recuar até 2014 para encontrar um ano com valores semelhantes: o Mosteiro de Alcobaça recebeu 187.499 visitantes há nove anos.

Voltando a 2022, no que diz respeito aos monumentos, destaca-se igualmente o Convento de Cristo, em Tomar, com 260.871 visitantes no ano passado.

No que se refere aos palácios, o Palácio Nacional de Mafra lidera com 189.694 visitas em 2022, seguido do Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, com 94.307 visitantes.

Quanto aos museus, nota para o Museu Nacional do Azulejo, em Lisboa, o mais visitado o ano passado, com 202.900 visitantes, seguido do Museu Nacional dos Coches, também em Lisboa, com 181.594 visitas, e do Museu Monográfico de Conímbriga, com 132.004 visitantes.

Outros museus nacionais incluem o Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, com 98.626 visitantes, o Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, com 52.901 visitas, e o Museu Nacional de Arqueologia, que está encerrado desde 07 de fevereiro do ano passado para obras no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, com apenas 46.803 visitantes.

O Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, recebeu 44.166 visitantes e o Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu, recebeu 33.479 visitantes.

O Panteão Nacional, em Lisboa, recebeu 146.070 visitantes, de acordo com as estatísticas da DGPC.

Em 2021, o Observatório Português de Atividades Culturais (OPAC) constatou que, globalmente, os 660 museus do país sofreram uma perda de 70 a 80 por cento de visitantes devido às restrições impostas pela pandemia COVID-19, com a maioria dos visitantes sendo nacionais.

A nível global, no ano passado, os museus, monumentos e palácios nacionais recuperaram quase dois milhões de visitantes das perdas durante a pandemia, totalizando 3.339.416 visitantes, de acordo com as estatísticas da Direção-Geral do Património Cultural.

No entanto, esses números ficam aquém dos cerca de quatro a cinco milhões de visitantes alcançados antes da pandemia, entre 2017 e 2019.

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