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Saúde

Broa suspeita: Sinalizados 82 casos de intoxicação na região, investigações prosseguem

Os produtos alimentares suspeitos foram retirados do mercado, garantem os serviços de Saúde Pública, que aguardam o resultado das análises laboratoriais para identificar a fonte do problema

ambulâncias estacionadas à entrada do hospital de leiria
Dos 82 casos reportados, 25 recorreram a serviços de saúde com sintomas do foro neurológico Arquivo/Joaquim Dâmaso

A confeção de broas está a ser investigada desde sexta-feira pelos serviços de Saúde Pública, depois de sinalizados 28 casos de intoxicação alimentar em Pombal e em Leiria, no último fim de semana. Entretanto, na terça-feira, foram identificados mais 11 casos com sintomatologia compatível, nomeadamente em Ourém e na Figueira da Foz, ontem, quarta-feira, mais 12, e, hoje, mais 31.

Segundo explica esta quinta-feira o Departamento de Saúde Pública da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) em mais um comunicado diário, “a grande maioria destes casos (82) foi identificada retrospetivamente, correspondendo a situações em que os sintomas surgiram entre 25 e 31 de julho”.

Entre os sintomas observados, predominantemente do foro neurológico, houve registo de secura das mucosas da cavidade oral, dilatação pupilar, visão desfocada, tonturas, quadros de confusão mental e diminuição da força muscular.

Dos 82 casos identificados até ao momento, “aparentemente associados ao consumo de broa”, 25 recorreram a serviços de saúde (mais um do que os referenciados ontem), tendo todos tido alta.

Na mesma nota, o departamento acrescenta que “a distribuição geográfica circunscreve-se maioritariamente a concelhos da área de abrangência do ACeS Pinhal Litoral e a alguns concelhos limítrofes”.

Na terça-feira, Odete Mendes, coordenadora da Unidade de Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde Pinhal Litoral (ACeS PL), adiantou ao REGIÃO DE LEIRIA que “todos os produtos suspeitos foram retirados da cadeia alimentar nesta área geográfica [ACeS PL]” e que a investigação continuava a decorrer no terreno para tentar apurar a origem da toxinfeção.

 A responsável não quis acrescentar mais informações considerando prematuro avançar qualquer hipótese quanto à origem do problema enquanto não forem conhecidos os resultados das análises às amostras enviadas para diversos laboratórios.

“O alimento comum é a broa e é essa cadeia que estamos a investigar”, frisou, acrescentando que a origem não será microbiológica – como, por exemplo, no caso das bactérias salmonella ou escherichia coli -, mas de “outra natureza”, o que “implica análises mais diversificadas, mais específicas e menos comuns e que, portanto, vão demorar mais tempo”.

Primeiros casos identificados na sexta-feira

Os primeiros casos surgiram na sexta-feira de manhã, tendo 14 pessoas, entre os 30 e os 77 anos de idade, recorrido às urgências do Centro Hospitalar de Leiria até ao final do dia de sábado. Foram ainda identificados nesse período 12 casos com sintomatologia ligeira que não recorreram a qualquer serviço de saúde. Nesse primeiro momento, foram sinalizadas sete famílias afetadas.

No dia seguinte (domingo), foram observados mais dois doentes no hospital, adiantou em comunicado o Departamento de Saúde Pública da ARSC.

No âmbito da investigação foram aplicados questionários para identificação de sintomas e de exposições suspeitas, nomeadamente consumo de alimentos em diferentes refeições familiares.

A colheita de amostras de produtos alimentares suspeitos e a retirada “dos que foi possível identificar” do circuito comercial decorreu, por sua vez, em colaboração com a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), prosseguindo a investigação com “vistorias aos locais de confeção, de distribuição e de venda dos alimentos suspeitos”.

Investigação prossegue

“O denominador alimentar comum a todos os doentes mantém-se a broa, continuando a ser retirados do mercado os produtos sinalizados, sem prejuízo de virem a ser identificados outros alimentos suspeitos no decurso da investigação epidemiológica”, acrescentou ainda o DSP num quarto comunicado, enviado na terça-feira à noite.

A situação está a ser acompanhada pelos serviços de  Saúde Pública locais e regionais do Centro e de Lisboa e Vale do Tejo, em colaboração com os hospitais das áreas onde foram reportados casos, Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).

Apesar das insistências, o REGIÃO DE LEIRIA não conseguiu obter até ao momento junto do AceS PL mais informações sobre as diligências realizadas e medidas tomadas no âmbito deste processo.

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