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Cartas ao diretor

Onde está a liberdade lusitana conquistada em 1974?

A última notícia que me chocou profundamente foi a que diz respeito ao cartoon exibido na RTP e que, pela reação das autoridades de segurança e políticas, atenta à liberdade de expressão, que é essencial num país democrático, diariamente está a ser posta em causa.

Nestes últimos tempos, sinto-me indignada e triste com o rumo que está a tomar o meu Portugal. Eu, que sempre senti e sinto orgulho em ser portuguesa, uma nação de homens e mulheres que levaram a cabo, ao longo da história, “obras valerosas”.

A última notícia que me chocou profundamente foi a que diz respeito ao cartoon exibido na RTP e que, pela reação das autoridades de segurança e políticas, atenta à liberdade de expressão, que é essencial num país democrático, diariamente está a ser posta em causa. O cartoon tem uma linguagem icónica, que nos desafia a interpretação. O que parece que não foi feito por quem se queixa e a RTP, como canal público, continua “intransigente na defesa da liberdade de expressão e de opinião, princípios basilares da democracia e do serviço público”.

Parece que, neste país, há quem pense que o canal público deverá ser manipulado pelo poder político. Uma maioria absoluta não é sinónimo de poder e direitos absolutos. Deveria ser uma oportunidade para fazer reformas estruturais, de fundo, para levar o país para a linha da frente e não.

O que se está a fazer na Educação? Para além da questão do envelhecimento da classe docente, do tempo de serviço, gostaria que alguém me explicasse o porquê da criação do Parque Escolar, da luxuosa remodelação de algumas escolas, que não têm verba para usar o aquecimento ou o ar condicionado, e outras, onde continua a chover nas salas, com amianto, …

Na Saúde, todos constatamos a falta de médicos no SNS, mas o ministério está preocupado em construir novos hospitais sem ouvir os autarcas representantes das populações, relativamente às localizações.

Ao nível das infraestruturas, ainda há pessoas sem água canalizada em casa, casas sem ligação à rede pública de saneamento. Como é possível? Mas depois queremos ser pioneiros nas energias renováveis, no desmantelamento das centrais a carvão, indo comprar energia produzida em semelhantes centrais à vizinha Espanha. Não se investe na rede ferroviária, que tão desenvolvida está logo no país vizinho. Não se zela pelo bom funcionamento da TAP, anda-se às voltas com a localização de um novo aeroporto e não se dá qualquer uso ao aeroporto de Beja. Não se percebe!

Na Justiça é o que vemos, lenta e com decisões contestadas na praça pública, e poderia estar a elencar exemplos e mais exemplos, que não dignificam nem os portugueses, nem Portugal.

Já dizia Eça de Queirós, em 1867, que “A ciência de governar neste país é uma habilidade, uma rotina do acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela frivolidade e pelo interesse(…). Uma nação deve valer pelos seus sábios, pelas suas escolas, pelos seus génios, pela sua literatura, pelos seus exploradores científicos, pelos seus artistas. Hoje, a superioridade é de quem mais pensa; antigamente era de quem mais podia”.

Como afirmou um grande político: “Um povo não pode estar sujeito a um homem ou a um sistema. Os Portugueses e Portuguesas têm de ser capazes de “conciliar a liberdade com a ordem, o progresso com a segurança, o desenvolvimento com a justiça.” Viva Portugal!

Natália Sofia Santos
Leiria

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