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Cartas ao diretor

Noite Amarela – II

Venho por este meio manifestar a falta de respeito do departamento da Economia/Grande Eventos da Câmara Municipal de Leiria ou do departamento que emite uma licença de barulho para uma sexta-feira à noite, havendo pessoas que vão trabalhar ao sábado às 7 e 6 da manhã e não conseguem dormir para poder desempenhar o seu trabalho em condições.

Sinto-me muito desiludido com estas atitudes e ainda dizem na nossa cara que não se pode fazer nada pois têm licença para tal. Uma falta de respeito.

César Pereira
Leiria


Secção de comentários

  • Valerio Puccini disse:

    Tomo as reclamações sacrossantas dos leitores como ponto de partida para tentar compreender os critérios que são utilizados para estes acontecimentos. Dizem que estes eventos são úteis para (re)animar a cidade, para dar impulso às atividades e isso pode ser verdade e apreciável.
    Poderíamos também concordar com a Câmara Municipal e dar-lhe algum crédito mas… infelizmente há sempre um mas…
    Um primeiro mas poderia ser: -mas porque não organizam estes eventos em espaços abertos e, em segundo lugar, porque não o fazem debaixo das suas janelas?
    Um segundo mas poderia ser: – mas é mesmo necessário que Leiria conquiste o título de cidade mais festiva do mundo, dada a série de acontecimentos?
    Uma terceira mas poderia ser: – esta cidade só tem problemas tão pequenos que podem ser resolvidos cantando e dançando, como se não houvesse amanhã?
    Infelizmente, esse não é o caso. Existem problemas e eles não são facilmente resolvidos. Insegurança no emprego, baixos salários, falta de oferta de habitação, mas sobretudo falta de oferta de rendas razoáveis.
    Não é certamente fácil para uma Administração lidar com problemas desta magnitude, mas também é verdade que este fluxo ininterrupto de celebrações parece quase uma compensação, e não a celebração de um sentimento partilhado de alegria.
    Talvez este contraste fundamental esteja também na base dos episódios de violência que ocorreram repetidamente em alguns locais da cidade. As pessoas não estão se divertindo, mas na verdade desabafando, dando voz (sempre em voz alta) às suas frustrações. -“Eu canto, danço, grito e não sinto necessidade -”
    Talvez tenhamos saído um pouco do assunto e seria necessário muito tempo e tinta (digital) para dissecar o problema. Talvez, sem a pretensão de pedir o impossível, bastasse o velho Bom Senso, como sempre. Espaços abertos fora de casa e respeito rigoroso por quem deve poder exercer, em silêncio, o seu direito de não ter vontade de festejar.

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