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Direito de resposta

Direito de resposta ao artigo “Grupo Vidrala responde à greve no sector”

Há neste momento um movimento de trabalhadores, comissões de trabalhadores, sindicatos que têm tentado levar a bom porto a categorização de profissão de desgaste rápido para os vidreiros. 

Exmo Senhores 

Usando o direito de resposta, o vencimento bruto anunciado pelo grupo [Vidrala], não refere que inclui subsídio de turno por turnos rotativos de um ou mais meses seguidos sem pausas.

Não refere que o único aumento em que realmente terá havido 10% foi por ter sido indexado à inflação de 2022, mas, em compensação, negaram-nos, de forma encoberta, os prémios associados à produção que estão em Acordo de Empresa e que somente foi descoberto por mero acaso e que se têm desdobrado em subterfúgios para justificar o injustificável.

Aumentámos a produção de garrafas no dobro, no espaço de dois anos, com o mesmo número de trabalhadores. O absentismo triplicou devido à exaustão, cansaço e acidentes de trabalho.

São aliciados, intimidados ou persuadidos trabalhadores a vir trabalhar nas pausas para colmatar baixas.

Nunca – informação fácil de consultar, que é pública – o grupo apresentou tantos lucros e distribui tantos dividendos como no ano de 2024.

O ambiente de trabalho é tóxico, temperaturas de zonas de trabalho acima dos 55 graus centígrados, ruído acima dos 105 dB, o ar impregnado de vapores de produtos quimicos e óleos, incêndios em que somos a primeira linha de intervenção, queimaduras, entalamentos e esmagamentos de membros, doenças profissionais tais como tendinites, bursites, distúrbios de sono, surdez. Fora aquelas que a Segurança Social não reconhece, fazem da nossa profissão um trabalho penoso e exaustivo.

Trabalhamos o ano inteiro, Natal, Páscoa, fins de semana e afins.

Dou-vos como exemplo um funcionário que tenha entrado em 2005 com o vencimento base de 1.100 euros, em 2025 tem um vencimento base de 1.510 euros. Sabendo que, em 2022, tivemos um aumento de 10% por causa da inflação, fazendo as contas em 20 anos os aumentos não têm ido acima dos 20 euros anuais.

Há neste momento um movimento de trabalhadores, comissões de trabalhadores, sindicatos que têm tentado levar a bom porto a categorização de profissão de desgaste rápido para os vidreiros. 

O Grupo Vidrala está neste momento a ser alvo de queixas no ACT por várias violações contratuais, assim como ações em tribunal para repor o que unitaralmente foi retirado sem conhecimento dos trabalhadores.

Nos aumentos referidos pelo grupo, englobam aumentos de subsídio de turno e de prémios que nunca foram parte integrante do salário de todos os trabalhadores. Essa afirmação recai somente para quem trabalha na zona produtiva ou fabrico deixando mais de 70% dos trabalhadores fora dessa formula.

Respeitosamente.

Gil Ferreira 

P.S. – Faço parte do movimento que tem vindo a informar, moldar e classificar a profissão como desgaste rápido.

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