A associação ambientalista Quercus denunciou, a 24 de abril, a descarga de esgotos urbanos sem tratamento na ribeira de Seiça, na rua do Rio, “causada por uma rutura num coletor de saneamento” e alertou para a contaminação de solos e água onde vive uma espécie criticamente em perigo de extinção.
“A poluição está a contaminar solos e água numa zona sensível onde vive a lampreia do Nabão, espécie criticamente em perigo de extinção”, adiantou a associação, realçando que “a jusante existe a praia fluvial do Agroal e captação de água para abastecimento público”.
Segundo a Quercus, a empresa Tejo Ambiente, responsável pela recolha, drenagem e tratamento de águas residuais em Ourém e mais cinco concelhos, “foi contactada e confirmou a situação”, uma vez que “um bypass provisório está a falhar na época de chuvas e ainda aguarda condições meteorológicas” mais favoráveis “para reparação provisória do coletor, mas a solução definitiva necessita de financiamento avultado para se resolver o problema”.
À agência Lusa, o diretor-geral da Tejo Ambiente, José Santos, explicou que em 3 de fevereiro “foi identificada uma rutura mecânica no emissário de saneamento de águas residuais domésticas implantado na travessa do Rio, Alcaidaria, tendo este dano resultado de um desmoronamento da margem causado por erosão natural, comprometendo em definitivo a integridade daquela infraestrutura”.
No mesmo dia a situação foi comunicada à Agência Portuguesa do Ambiente e “foi instalada uma moto bomba, associada a um gerador, para assegurar um bypass provisório ao troço do emissário afetado, de forma a mitigar os impactos decorrentes da ocorrência”.
No dia 16, foi adjudicada uma empreitada de correção provisória, na ordem dos 20 mil euros, naquele troço partido do emissário, com cerca de 12 metros.
“Esta intervenção terá início assim que as condições meteorológicas o permitirem, nomeadamente após a estabilização do caudal da ribeira e a redução da pluviosidade”, assegurou o diretor-geral.