O professor José Oliveira venceu a edição deste ano do Global Teacher Prize Portugal, por transformar salas de aula em verdadeiros laboratórios de criação, tendo já criado oficinas de serigrafia, estúdios de fotografia ou clubes de design.
Depois de analisadas mais de 150 candidaturas de professores desde o pré-escolar até ao 12.º ano, foi anunciado ontem, no MAAT, em Lisboa, o vencedor da 7.º edição do Global Teacher Prize Portugal, que foi atribuído a José Oliveira, da Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo, em Leiria.
O professor de Leiria é o primeiro a dizer que chegou ao ensino por acidente mas que já antes, quando ainda era aluno, tinha gosto de ensinar aos colegas aquilo que os professores não lhes conseguiam explicar. Agora o seu trabalho foi reconhecido e galardoado com um prémio de 30 mil euros.
Ao longo da sua carreira, que lhe permitiu dar aulas em várias escolas, ficou conhecido por transformar salas de aula em verdadeiros laboratórios de criação, tendo já criado oficinas de serigrafia, estúdios de fotografia, clubes de design e espaços de educação digital em diversas escolas do país.
Através do projeto “Ver Para Aprender” tenta desafiar os alunos de Geometria Descritiva a superar os limites do programa, inventando exercícios, colaborando entre si e explicando aos colegas como forma de consolidar o conhecimento.
No seu currículo poderia estar inscrito o trabalho com alunos que se destacaram em exames nacionais, turmas com médias superiores às disciplinas mais populares e trabalhos de nível universitário.
Com o prémio ganho ontem, José Oliveira vai investir em tecnologia para democratizar o acesso a ferramentas digitais nas artes, como tablets, óculos de realidade aumentada e equipamentos audiovisuais.
Em declarações ao jornal Público, José Oliveira realça que “a aprendizagem tem de ser feita através da experimentação, da exploração, da distorção, a partir do ponto em que cada jovem está. Se parto de um ponto mais exigente, vou perdê-lo”.
A 7.ª edição do Global Teacher Prize Portugal viu aumentar o número de participantes, com mais de 150 professores candidatos com projetos tão variados como grupos de teatro ou escolas para combater o abandono escolar.
Entre os finalistas havia professores de Matemática que recorrem a escape rooms para ensinar, ou que criaram uma nova escola que já conseguiu integrar mais de meio milhar de alunos em risco de abandono escolar.
