Cerca de 1.400 estudantes do Politécnico de Leiria (IPLeiria) abandonaram os cursos que frequentaram no último ano letivo, o que corresponde a cerca de 10% do total de estudantes da instituição. Ainda assim, esse número diminuiu significativamente face ao ano anterior, em que foram reportados cerca de 2.000 estudantes em abandono escolar (15%).
Os dados foram apresentados na passada semana, com o balanço do primeiro ano do Observatório para o Sucesso Académico – OPSA 2.0, projeto que “visa a promoção do sucesso académico e a deteção, prevenção e redução de situações de risco de abandono escolar, entre os estudantes do 1.º ano/1.ª vez do IPLeiria”.
Reportando-se à tendência de redução do abandono escolar registada “em todos os níveis de ensino”, o coordenador da Plataforma para o Sucesso Académico sublinha que estes números “se aproximam dos recordes registados no período da pandemia, em que o abandono escolar diminuiu significativamente”. “No entanto, não deixam de ser números que queremos continuar a reduzir, nomeadamente através do OPSA 2.0 e das ações que têm vindo a ser desenvolvidas”, acrescenta Vítor Távora, citado em comunicado.
Lançado em junho de 2024, o OPSA 2.0 visa estabelecer “uma maior proximidade entre o corpo docente e os estudantes [do IPLeiria], de forma a reduzir o abandono escolar” e potenciar o seu sucesso académico
O OPSA 2.0, que conta com um financiamento de 645 mil euros no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), decorre até junho de 2026 e assenta em sete eixos estratégicos, entre que incluem os programas de mentoria interpares (estudante/estudante), tutoria (docente/estudante), formação e desenvolvimento pedagógico (docentes), apoio à aprendizagem (estudantes), com a comunidade, coordenação, comunicação, interação e disseminação, além da Plataforma para o Sucesso Académico.
Ainda no contexto do programa Juntos com a Comunidade, Catarina Mangas, também coordenadora do OPSA 2.0, anunciou a intenção de envolver, no próximo ano letivo, “os seniores no acolhimento e no alojamento dos estudantes do 1.º ano”.
“Atualmente, uma grande dificuldade dos estudantes é a procura de alojamento e, nesse sentido, pretendemos encontrar uma iniciativa que possa identificar algumas pessoas mais idosas que estejam eventualmente sozinhas e que possam escolher nas suas casas estudantes do 1.º ano. Consideramos que teremos aqui ganhos para ambas as partes”, referiu, citada na mesma nota.