É um sonho antigo que, finalmente, chega a palco – mesmo que parcialmente. Pela primeira vez, o concurso Crianças ao Palco vai ter uma finalíssima intermunicipal, juntando cantores de Ansião, Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós. “A ideia surgiu há seis ou sete anos, uma vez que o Crianças ao Palco tem uma implantação muito forte no distrito”, explicou ao REGIÃO DE LEIRIA Paulo Sanches, um dos responsáveis do projeto.
A intenção é juntar os vencedores dos dez municípios que compõem a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL). Ainda não é possível, mas “como este ano temos seis municípios, mais do que 50%, achámos interessante avançar”.
No sábado, dia 5 (21h30), no Teatro José Lúcio da Silva voltam a cantar os vencedores e os segundos classificados de cada concelhos. A intenção é “criar novas amizades, as crianças conhecerem os finalistas de outras terras e fomentar um ambiente de comunhão”:
“Penso que vai ser um espetáculo muito interessante, com muita qualidade: estamos a falar dos dois primeiros classificados” e, por isso, “em termos vocais e artísticos vamos ter um espetáculo de muita qualidade, porque cantam todos muito bem”.
“Estão reunidas todas as condições para uma noite fantástica, ainda por cima numa sala como o Teatro José Lúcio da Silva”, que servirá também para “promover a coesão social e a interligação entre os concelhos da CIMRL”, frisou Paulo Sanches.
Participam no espetáculo Maia Gates e Carolina Costa (Ansião), Júlia Silva e Helena Niné (Batalha), Júlia Costa e Matilde Crespo (Leiria), Yuri Pêgo e Iara Cruz (Marinha Grande), Duarte Jordão e Margarida Madama (Pombal) e Ana Chindondo e Júlia Nascimento (Porto de Mós).
As crianças vão cantar desde músicas de 1958, como “Vocês sabem lá”, a sucessos dos Da Vinci e outros mais recentes de Nininho Vaz Maia, Mimicat, Ana Moura, Carolina de Deus, Mariza, Iolanda e Carolina Deslandes.
O espetáculo conta com a participação especial do Projecto Community.
Impacto artístico e social
Neste momento inédito no projeto Crianças ao Palco, Paulo Sanches considera que, após 15 anos, o projeto tem conseguido “criar sonhos nas crianças e que tenham mais acesso à música, ao canto”, contribuindo para que “ingressem em escolas de música”.
“Temos ajudado a aproximar a comunidade da escola e vice-versa. Tem sido muito positivo. Além do estudo que temos, que comprova esse dados, temos o testemunho dos pais e das crianças, e a alegria que elas sentem e de quão importante para elas é este projeto. Todos nos dizem que é um dia inesquecível e maravilhoso. É isso que nos faz continuar e continuarmos a sermos insistentes e às vezes até chatos com os decisores políticos, para nos ouvirem para implementar o projeto, porque vale a pena”, afirma o responsável.
Crianças ao Palco tem sido importante pela componente artística mas, também, pelo impacto social:
“Ajuda a enfrentar medos, a encarar o público, a ganhar à-vontade. Este projeto desenvolve um sem número de competencias que são importantes para o desenvolvimento saudável das crianças. Às vezes fazemos mesmo a diferença em casos sociais mais difíceis, porque este projeto surge como algo especial que acontece na vida de algumas crianças”, conclui Paulo Sanches.
