A vala de águas pluviais situada entre as ruas Dr. Joaquim José Sousa e Manuel do Carmo, na Urbanização da Boucharia, nos Marrazes, no concelho de Leiria, encontra-se há anos ao abandono. Esta situação representa um risco grave para a segurança pública, a saúde dos moradores e o meio ambiente.
A responsabilidade pela manutenção e limpeza deste tipo de infraestruturas recai sobre as entidades públicas locais — nomeadamente a Câmara Municipal de Leiria e a União de Freguesias de Marrazes e Barosa.
Recentemente foi feita uma intervenção parcial, coincidente apenas com a envolvente da construção da nova creche da Amitei – Associação de Solidariedade Social de Marrazes. O restante troço continua ao abandono, o que levanta sérias dúvidas sobre os critérios de intervenção e o compromisso das autoridades com todos os cidadãos.
Esta linha de água, completamente tomada por vegetação densa e seca de canas, silvas e outros combustíveis, representa um risco iminente de incêndio, além de ser um foco de pragas e de impedir o correto escoamento das águas.
A negligência é tal que a sua manutenção tem sido feita, quando possível, pelos moradores e proprietários confinantes que, sem meios nem obrigação legal, tentam compensar a ausência total de ação por parte das entidades públicas.
A gestão municipal deve pautar-se por princípios de equidade, responsabilidade e serviço público — não por conveniências políticas ou interesses pontuais. A atuação seletiva, que privilegia zonas com maior visibilidade ou projetos institucionais, é inaceitável e desrespeitosa para com os restantes moradores.
Diante disso, apelo às entidades competentes para que:
- Realizem a limpeza completa e urgente de toda a extensão da vala de águas pluviais;
- Implementem um plano de manutenção regular e transparente;
- Divulguem publicamente os critérios que orientam as intervenções municipais;
- Assegurem respeito e atenção igualitária a todos os residentes da urbanização.
Esta denúncia tem o objetivo de dar visibilidade a uma situação que há demasiado tempo tem sido ignorada. A gestão pública deve servir todos, sem discriminação nem favorecimentos. Este é um apelo à justiça, à equidade e à responsabilidade institucional.
Nélia Reis
moradora da Urbanização da Boucharia
Leiria, 17 Agosto 2025