Carlos Oliveira Martins, também conhecido por Carlitos, está de regresso. Após longa ausência, o músico e compositor natural da Marinha Grande volta com o nome artístico Lituo e acaba de lançar um novo disco, “Anelo”. O concerto de apresentação foi na semana passada, em Lisboa, no BOTA.
Depois de vários projetos na primeira década do milénio, como Zedisaneonlight, Umpletrue e Clits, Carlos Martins integrou A Caruma. Mas há muito que não se ouvia nada dele. Até agora.
Depois de “uma relação calamitosa”, em “Anelo”, Lituo canta uma dor que acredita “ser partilhada por muitas mulheres e muitos homens”, explica-se na nota de divulgação do disco. “Também canta frivolidades de amor em desamor, de pessoas que não querem a idade que têm e que se caricaturizam até ficarem cómicas. A dor também se dança”, acrescenta-se. Ele, que tinha prometido não voltar a gravar, regressa agora com música que o musicólogo João Carlos Callixto diz surpreender.
“Quando o passado é mais rico, o presente só pode ser mais luminoso e despreconceituoso. E é isso mesmo que encontramos na escrita por vezes desconcertante mas bem segura deste conjunto de novas canções”, mesmo que nascidas muitas vezes sob o signo da catarse – não é a partir do incómodo perante o mundo que surgem as obras mais actuantes?”, recorda o investigador.
Para este novo projeto, Carlos Martins chamou a Lituo alguns antigos cúmplices, bem conhecidos por cá: Paulo Bernardino, Rui Costa, Adelino Oliveira ou Iuri Oliveira. E, à música de raiz tradicional, foi buscar Daniel Pereira Cristo, especialista em cavaquinho, ferrinhos, braguesa, bandolim e berimbau de boca.
À procura do recomeço, “Anelo” apresenta-se como música para curar. Resumindo: “É um disco para quem já se perdeu — e para quem está a tentar encontrar-se”.
