O desafio inicial era realizar um encontro científico inspirado em D. Dinis, a propósito dos 700 anos da morte do rei. Mas o convite lançado pela Câmara de Leiria à Sociedade Portuguesa de Estudos Medievais (SPEM) ganhou escala e transformou-se na 10ª edição das Jornadas Luso-Espanholas de História Medieval, sobre não só um monarca determinante para a história de Portugal, mas também a sua influência ibérica nos séculos XIII e XIV. “D. Dinis e a sua época não se entendem senão numa espacialidade ibérica”, realça a presidente da SPEM, Maria Helena da Cruz Coelho.
Juntando esforços, a SPEM, a Sociedad Española de Estudios Medievales e o município de Leiria convidaram especialistas e, a dado momento, abriram convites à participação de outros investigadores. Por via disso, esta edição das Jornadas Luso-Espanholas de História Medieval ganhou “um largo espetro”.
Em Leiria ou à distância, entre esta sexta-feira e sábado, participam quase três dezenas de investigadores de Portugal e de Espanha, mas também da Dinamarca, França, Finlândia, Argélia e Suécia. Com destaque para a academia nacional: “Praticamente quase todas as universidades portuguesas estão representadas”.
Repartindo-se por Museu de Leiria, Mercado de Santana, Igreja de São Pedro e m|i|mo – museu da imagem em movimento, os dois dias de jornadas vão dar a conhecer o contexto e a dimensão de D. Dinis (1261-1325), tanto “no seu papel de monarca e nas suas políticas económicas, sociais e culturais”, mas, também, por exemplo, “até na vertente dele como caçador”.
Com um reinado de 46 anos, Dinis oferece “a possibilidade de ser olhado por muitas perspetivas”.
A sua ação destacou-se por “um programa muito coerente de governo”, quer “de controlo do território, de preocupação de submissão de todas as jurisdições à sua alçada, de desenvolvimento económico (quer da terra, quer do mar), preocupações de defesa, preocupações de povoamento”, destaca a organizadora.
D. Dinis permite “abordagens díspares e todas elas convergentes e interpelantes para a dinâmica do processo histórico”, vinca Maria Helena Coelho, confiando que, a partir de Leiria, a iniciativa tenha “projeção internacional”.
Algumas comunicações podem ser acompanhadas ou revistas aqui:
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