No distrito de Leiria, em cada 1.000 idosos, quatro são vítimas de crimes, segundo as estatísticas da Direção-Geral da Política de Justiça (DGPJ). O território está entre os que têm dos valores mais baixos no país. No entanto, em Portugal, os crimes contra pessoas idosas subiram 26,4% nos últimos quatro anos, destacando-se em 2024 as ofensas à integridade física, furtos em casas e a violência doméstica.
As estatísticas da justiça sobre os crimes contra pessoas com 65 ou mais anos registados pelas autoridades policiais avançam que os crimes contra os idosos aumentaram de 33.469 em 2020 para 42.313 em 2024, o que corresponde a um crescimento percentual de 26,4%.
Os dados divulgados na passada semana mostram que em 2020 e 2021 o número de crimes é idêntico (33.469), aumentando para 38.721 em 2022, voltando a aumentar para 43.640 em 2023, mas baixou para 42.313 no ano passado.
A DGPJ destaca que o aumento de crimes foi ligeiramente superior ao longo dos últimos quatro anos contra os idosos, apesar da maioria dos crimes ser contra a população com menos de 65 anos.
As estatísticas indicam também que as pessoas com 65 anos ou mais são principalmente afetadas por crimes contra o património, que constituem 67,5% das ocorrências neste grupo, seguidos por crimes contra as pessoas, com 28,6%.
Entre os crimes contra as pessoas, a DGPJ destaca que no ano passado 3.071 idosos foram vítimas de ofensa à integridade física voluntária simples, surgindo a violência doméstica contra cônjuge ou análogo como a segunda categoria de crime mais numerosa, contabilizando 2.434 pessoas com 65 anos ou mais.
Outros dos crimes de que esta população foi vítima em 2024 estão a ameaça e coação (951), outros tipos de violência doméstica (812), ofensa à integridade física voluntária grave (80) e, “com menor expressão quantitativa, mas elevada gravidade”, homicídio voluntário consumado (16).
O relatório da DGPJ apresenta ainda os resultados da permilagem das pessoas com 65 ou mais anos lesadas, ofendidas ou vítimas em cada distrito, dados que procuram “averiguar o risco para a população idosa de cada área geográfica”.
No distrito de Leiria, tal como Beja, Évora, Setúbal, Viana do Castelo, Vila Real e a Região Autónoma dos Açores, o valor é de quatro idosos em mil. Abaixo disso estão Aveiro, Braga, Coimbra, Lisboa, Porto, Viseu e a Região Autónoma da Madeira, com uma taxa de três idosos em cada mil.
No restante país, os distritos apresentam valores mais elevados: seis idosos em cada mil (Castelo Branco, Faro e Portalegre) ou cinco idosos em cada mil (Bragança, Guarda e Santarém).
