Nos próximos seis meses 90 jovens institucionalizados em Leiria e nas Caldas da Rainha vão construir um espetáculo original, participando em todas as componentes da produção. A ideia é do Leirena Teatro, que candidatou o projeto “Atrás do grito” ao apoio do programa Centro 2030 para a “Inclusão pela cultura”.
Ganhou e, consequentemente, está já em marcha esta proposta de formação ativa, ministrada por profissionais do Leirena e também da Ccer Mais/Omnichord nas vertentes musical e técnica. “Atrás do grito” desenvolve-se nas disciplinas de Teatro, Música, Comunicação e Produção, Luz e Som e Cenografia, Figurinos e Adereços.
“Cada jovem escolheu a disciplina que quis frequentar”, explica o diretor do Leirena, Frédéric da Cruz Pires, acrescentando que o nome do projeto surgiu a partir “da ideia de querer fazer algo e não poder”.
“É deixar o grito sair”, experimentando aqui novas competências que, no futuro, poderão encaminhar os participantes “para uma escola profissional e, depois, para o ensino superior”. A intenção é levar o envolvimento “para além da criação em si”. “Para além deste ser um projeto artístico, é um projeto de intervenção e de formação”.
Entre os 90 inscritos, que são portugueses, brasileiros, angolanos e gambianos, dos 12 aos 18 anos, “pode haver um ator ou uma atriz, um jovem que se inscreveu em Luz e Som e pode, mais tarde, tornar-se técnico de luz e e som”, exemplifica o responsável do Leirena. Em conjunto, todos os participantes vão agora desenvolver um espetáculo teatral, inspirado nas suas inquietações e sugestões.
Desde o texto, cenografia, sonoplastia, figurinos ou promoção, a produção será participada por todos, desde a génese à apresentação final, em março, na Black Box Leiria. “Através da arte, queremos criar um espaço de expressão, aprendizagem, inclusão e construção de futuro”, conclui o responsável.
