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Cultura

Pinhal d’El Rei lança festival Sons da Vila

Nova formação, nova energia e novo festival. O grupo de música tradicional Pinhal d’El Rei estreia este sábado, dia 12 de outubro, Sons da Vila, evento que quer animar Monte Real, “casa” do histórico agrupamento formado em 1985.

Pinhal d’El Rei é, hoje, último sobrevivente dos grupos de música tradicional que o concelho de Leiria já teve. “Houve uma quebra da música tradicional local e tanto assim é que no Há Música na Cidade não terá havido nenhum grupo ou banda desta área”, sublinha Bernardo Serrano, voz e guitarra do grupo desde a fundação.

É também por isso que o Pinhal d’El Rei se está a mexer. “Queremos dinamizar”, diz Bernardo. Com três elementos novos e a aposta no Sons da Vila em época baixa de procura turística, o grupo procura preencher “uma lacuna cultural que há em Monte Real”.

“Pretendemos dinamizar a população, envolvendo associações, comércio e hotelaria, ao mesmo tempo que divulgamos a música tradicional portuguesa”, acrescenta. Para isso, foram convidados grupos de outros pontos do país para esta edição de estreia do festival. “Se tudo correr bem, pretendemos que tenha continuidade e que cresça em número de dias”.

No espetáculo de sábado à noite, também o Pinhal d’El Rei subirá ao palco do Cine-Teatro de Monte Real. “Para já vamos apresentar o nosso repertório com a nova formação”. Só depois o grupo se vai juntar para preparar novas músicas a partir das recolhas. “E para o ano queremos partir para a estrada”.

Nova energia

Esta nova fase do Pinhal d’El Rei surge com a entrada de novos elementos no grupo. “Vieram dar outra possibilidade de evoluirmos e fazermos coisas melhores”, explica Bernardo Serrano.

“O grupo estava um pouco parado” mas ganho nova vida com os novos elementos, que têm “formação musical e gostaram do projeto”. “Estão com grande força para, dentro em pouco tempo, irmos tocar a outros locais”. 

Contudo, apesar da fase positiva que o Pinhal d’El Rei vive, o músico lamenta o “afastamento muito grande” que se regista entre público e a tradição. 

Parece-me que a nível de ranchos há pouca dinamização naquilo que, para mim, é importante: a parte musical. As pessoas focam a sua atenção nos trajes e parte coreográfica e esquecem-se da tocata, o que empobrece o seu trabalho”, sublinha. 

O fundador do Pinhal d’El Rei realça, ao invés, o trabalho das filarmónicas no campo da tradição:

“Hoje  são muito mais atrativas e dinâmicas para a gente nova do que eram há uns tempos atrás. Têm uma dinâmica diferente e estão com nova força, com novos músicos e novos maestros. Há uns anos atrás não era isso que acontecia. As escolas de música que criaram ajudaram muito”.

Atualmente o grupo é formato por  Bernardo Serrano (guitarra e voz), Bruno Ramalho (baixo, voz e percussão), Samuel Alves (bateria e percussão), Daniel Passadouro (acordeão e percussão), Serenela Duarte (voz) e David Passadouro (bandolim, braguesa, guitarra clássica e voz).

Depois do festival Sons da Vila, Pinhal d’El Rei tem concerto marcado para Leiria, dia 23 de novembro, no Teatro Miguel Franco.

O festival Sons da Vila começa às 15 horas, com a abertura as tasquinhas e bar no Parque Olímpio Duarte Alves e atuação da Academia Sénior de Monte Real e Carvide no átrio do Cine-Teatro. De volta ao parque, às 16 horas atua o grupo de percussão Tocándar, seguindo-se a atuação do grupo de concertinas Michel Neves, de Vila Facaia. À noite, no Cine-Teatro, há espetáculo a partir das 21h30 com Sérgio Mira, de Vila Verde, Trovas da Beira, de Pinhel, e o anfitrião Pinhal d’El Rei. A entrada no programa da tarde é gratuita, no espetáculo à noite custa 5 euros

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