Frederico Raimundo era serralheiro e é ele que, com a sua energia e mão para a grelha, toma conta de tudo aquilo que sai para a mesa, com o apoio dos restantes membros da família. Iscas de fígado grelhadas com alhinho, entrecôte, porco durac, costeleta de novilho, linguiça, farinheira, morcela fresca, todo um rol de mimos para os carnívoros, saltam da grelha no ponto certo. Mas na ementa também existem propostas de peixe, nomeadamente uma bela sardinha suada com cebola, o carapau seco e o bacalhau na brasa. Tudo bem regado com propostas da garrafeira de vinhos de todo o país. Impossível não “pecar” e deixar por provar o arroz-doce e o pudim de ovos. Bem-disposto, Frederico e a família sabem receber nesta tasquinha de beira de estrada com vida longa. Nasceu pelas mãos da “Ti Maria dos queijos”, assim carinhosamente apelidada Maria Emília Silva, que fundou a casa em 1958. Retirou-se e passou o negócio, mas continua a ter morada por cima do restaurante. Foram os muitos caçadores que começaram a dar vida à taberna da “Ti Emília”. Paravam para petiscar na casa da senhora, que servia os seus queijos, enchidos e sopas de lavrador. A grelha já teve outro mestre, o falecido filho de Maria Emília, mas não existirá certamente melhor forma de lhe prestar homenagem do que manter a chama acesa naquela grelha e honrar a sua memória com a qualidade que predomina nos pratos criados por esta outra família.
Fonte: Região à mesa 2019 e Guia de Bem Comer 2024




