Elisabete e Abílio Henriques voltam a abrir este verão, pelo sexto ano consecutivo, o Restaurante Poço Corga. O edifício de xisto - espaço municipal concessionado que noutros tempos foi uma fábrica - respira sobre o rio e convida a usufruir da cuidada praia com o mesmo nome. No inverno, com o frio e a neve, abrem apenas para eventos agendados, mas nos meses estivais a aldeia do Bolo atrai locais e turistas às águas límpidas da Ribeira de Pera, e as mesas, dentro e fora das frescas paredes de xisto, enchem-se de apreciadores dos sabores tradicionais serranos, debaixo das frondosas árvores que acompanham a ribeira, na esplanada desafogada sobre o relvado.
Numa carta de selecionados pratos de peixe e carne, o destaque vai para a chanfana, residente na carta, e o cabrito assado, que se faz por encomenda. Mas há outros sabores inefáveis, como o pudim de castanhas ou as papas de milho amarelo com couve-galega migada - um dos segredos mais bem guardados da chef Elisabete que “só sai de vez em quando a acompanhar uma sardinhada”, conta.
A farinha de milho amarelo, sublinha, remete também para os tradicionais moinhos que, em tempos, povoavam as margens da Ribeira de Pera. “Gosto muito dessas histórias de descobrir coisas antigas”, confessa, e esta “é uma receita que se fazia antigamente para acompanhar a sardinha assada ou peixe frito, uma tradição aqui da Castanheira”, refere, assinalando a excecionalidade do pitéu que não consta do menu.
Fonte: Guia de Bem Comer 2025


