É um restaurante mas também, um legado. Ana e José são irmãos. Ana tinha um sonho. Aos trinta anos de idade decidiu concretizá-lo. E ele mora, desde março, junto ao IC2, um quilómetro a norte da Batalha.
José Alberto Caseiro, consultor que faz dupla com a irmã, a chef Ana Caseiro, “principal promotora do projeto” , explica o nascimento do “trintta”: A ideia do restaurante “surgiu em 2021/2022 e da vontade de concretizar um sonho da Ana Caseiro dado o legado familiar de mulheres apaixonadas pela cozinha da matriarca Maria Luísa à filha Isabel, até à neta Ana Caseiro, e na terra natal, Batalha”.
Do sonho à decisão de o implementar passou algum tempo. Da decisão de o realizar à concretização, passaram praticamente dois anos, em boa parte passados à procura do espaço certo.
Ao nascimento do restaurante, antecedeu-se um percurso profissional recheado. Ana Caseiro, licenciada em Restauração e Catering, com mais de 12 anos de experiência profissional, trabalhou com vários chefs
de renome, incluindo, Bernhard Pfister (Hotel Palácio, Cascais), Vítor Sobral (Tasca da Esquina, Lisboa), Miguel Laffan (Hotel L’AND Vineyards, Montemor-o-Novo), Diogo Rocha (Quinta de Lemos, Viseu), José Avillez (Bairro do Avillez, Lisboa). Quando tinha trinta anos, Ana Caseiro decidiu comunicar que pretendia
avançar no projeto, explica a dupla de irmãos. E esta é uma das bases para explicar o nome do
restaurante. Mas não é a única. Já lá vamos.
Não é difícil perceber por que razão a Batalha foi escolhida para este projeto que combina sonho, experiência e tradição. É que a ligação às origens permanece, e foi nessa âncora que o “trintta” nasceu. “A escolha da Batalha foi natural: a terra natal dos sócios-gerentes, rica em história e cultura, mas ainda carente de oferta gastronómica de referência. O projeto quis criar um espaço acolhedor e sofisticado, onde tradição e inovação se encontram e valorizam produtos locais e sazonais”, explicam os irmãos. Além disso, referem ainda, o restaurante distingue-se por reunir três gerações de inspiração culinária, tradição, técnica e toque em cada prato, seguindo a filosofia farm to table e oferecendo uma experiência gastronómica completa.
José e Ana apostam, portanto, em “homenagear cada geração no menu”. De portas abertas desde meados de março deste ano, o “trintta” conta com oito colaboradores, entre cozinha e sala e tem gerado “elevado interesse da comunidade local e de turistas”, bem como de “clientes que regressam”, explicam os irmãos. A abertura “permitiu validar o conceito e ajustar continuamente a experiência ao perfil dos clientes”, apontam.
E no último fôlego deste artigo, sobra-nos tempo para desvendar as restantes explicações do nome do espaço: Pilares do projeto - tradição, técnica e toque – justificam os três “tês” no nome que também é “uma homenagem às três gerações femininas que inspiraram o restaurante”. E o pendor financeiro do percurso profissional do lado masculino da família, justifica o uso de um número como batismo.
Fonte: edição 4622 de 16 de outubro de 2025

