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Rosto de Francisco Rebelo dos Santos

Francisco Rebelo dos Santos

Diretor

A mão de Deus, a favor da Humanidade

Francisco foi um revolucionário, mostrou na palavra e ação uma mestria divina, bordando um pontificado extraordinário com as melhores cores da humanidade.

A figura do Papa Francisco vai ficar para a história como um dos grandes vultos do século XXI. Francisco foi um revolucionário, mostrou na palavra e ação uma mestria divina, bordando um pontificado extraordinário com as melhores cores da humanidade. A sua morte veio abalar o mundo e uniu devotos e não crentes no reconhecimento pelo que fez e disse. E no que exigiu.

Francisco levou o céu dos valores universais aos cantos esquecidos e pobres, onde falta amor ou alastra injustiça. Não se calou perante líderes mundiais e mobilizou multidões na construção de uma sociedade plural, que aceita e acolhe. Foi peregrino e pastor, cruzou oceanos e hemisférios para unir e valorizar, com um sentido de equidade que é um programa de concórdia.

Foi um privilégio abrir as portas do quotidiano coletivo, e da casa de cada um, ao mensageiro da paz e protetor dos excluídos, ao homem tocado por Deus, que gostava dos prazeres da terra e vibrava com o futebol. Fez do sorriso humilde e da palavra inconformada uma convocatória para um mundo onde todos significa “todos, todos, todos”.

Num mundo sem rumo, o Papa Francisco ofereceu-nos a utopia da esperança, como um bem universal, que devemos erguer, qual pilar onde o sentido ecuménico se faz na prática de aceitação do outro, sem se limitar à bondade da tolerância, mas sim na partilha e solidariedade de uma caminhada de mão na mão. Francisco indica-nos a ação: só podemos “olhar uma pessoa de cima para baixo quando queremos ajudá-la a levantar-se”.

O antigo Cardeal de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, veio do fim do mundo para se fazer Papa e levantar a voz contra totalitarismos e privilégios; foi um combatente pelos direitos humanos, denunciou injustiças, exigiu respeito pelos presos, pelas mulheres ou pelos homossexuais. Fez dos marginalizados e das vítimas de todas as formas de exclusão uma bíblia de ação diária nos palcos globais ou no recolhimento da oração. O mundo não o vai esquecer.